Palha da mais ilustre em formato de rua

Em Angra e… Macau

1 de dez. de 2017, 15:30 — João Rocha

Claro que em defesa do dito cujo, não se vai deixar passar a afronta linguística por dá cá aquela… palha. Já se sabe que da palha-de-aço, se ganha fama de mandrião. Sem sair das páginas dos dicionários e das enciclopédias, a palha também se encontra em forma de branca, brava, itália, milho, prata, santa fé, mansa, preta, tomás e voadora. A palha (que é proveniente do trigo) também dá condimento ao nome de muita gente, mais e menos ilustre, bem como da mesma se fazem construções, como o palheiro e a palhota. Há a acrescentar a palhinha, que é o fragmento da palha e, numa perspetiva comercial, serve ainda para sorver líquidos, bem como os chapéus que tentam neutralizar os efeitos nocivos do sol. Mas voltando à palha, sublinhe-se a sua importância toponímica. Numa busca rápida pela Internet, encontramos a Rua da Palha no antigo território português de Macau. E, claro, sem recorrer à ajuda do mundo virtual, aparece a Rua da Palha, artéria central da cidade Património Mundial da Humanidade, Angra do Heroísmo. E, escreva-se em abono da verdade e da história, que a rua já teve muitas outras designações: Padre António Cordeiro, Fernão Brás do Couto e As Cruzinhas são alguns dos exemplos. Mas já há anos acentuados que se designa por Rua da Palha, como popularmente sempre foi mais conhecida. Como se não deve contrariar a vontade popular por dá cá aquela… rua, por Palha deverá ficar por dilatado tempo.