Países membros da OMS acordam reforço da agência, mas sem pormenores
Covid-19
31 de mai. de 2021, 14:45
— Lusa/AO Online
Mais de um ano
após o início da pandemia de covid-19, que fez mais de 3,5 milhões de
mortos em todo o mundo, os estados-membros aprovaram uma resolução sobre
o reforço da OMS, ao cabo de uma semana de debates no âmbito da
Assembleia Mundial da Saúde.O alvo
declarado da reforma será a capacidade de a OMS coordenar respostas a
crises sanitárias mundiais e prevenir futuras pandemias, depois de
vários relatórios independentes terem apontado à agência a sua
incapacidade de prevenir a pandemia da covid-19.Num
dos relatórios, concluiu-se que a pandemia poderia ter sido evitada se a
OMS tivesse declarado emergência sanitária de importância internacional
mais cedo do que sucedeu, em finais de janeiro.A
resolução adotada chama-se "Reforço da preparação e da resposta da OMS
às emergências sanitárias" e foi proposta, entre outros, pelos Estados
Unidos e pela União Europeia.No texto
sublinha-se que a preparação da resposta às crises sanitárias "depende
antes de tudo da responsabilidade dos governos que têm um papel crucial a
esse respeito", mas destaca também o papel chave de liderança da OMS no
âmbito das Nações Unidas, notando que as expectativas da comunidade
internacional "ultrapassam, em geral, as capacidades atuais" da
organização.É criado um grupo de trabalho
sobre o reforço da preparação e da resposta da OMS às situações de
emergência sanitária, aberto a todos os estados-membros e encarregado de
examinar as conclusões dos diferentes relatórios e apresentar
recomendações à próxima Assembleia Mundial.No
texto estabelece-se que o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus,
poderá fazer as suas próprias sugestões para melhorar o sistema de
alerta sanitário e pede-se à organização que lance um projeto piloto de
avaliação do nível de preparação pandémica de cada país pelos seus
pares.Apela-se ainda aos estados para que
melhorem a sua capacidade de detetar novas ameaças e comuniquem em tempo
útil situações de saúde pública à OMS, reforçando a capacidade de a OMS
"avaliar rápida e convenientemente os surtos epidémicos suscetíveis de
se tornarem emergências de saúde pública de importância internacional e
agir o mais rapidamente possível".Pede-se
ainda aos estados-membros que procurem "garantir um financiamento
adequado, flexível, duradouro e previsível para o orçamento da OMS", que
inclui 16% de quotizações obrigatórias dos países.Ficou
marcada para novembro uma nova reunião extraordinária da assembleia da
OMS para se elaborar uma convenção ou um tratado sobre resposta a
pandemias.