Países da UE vão aplicar “o tempo que for necessário” sanções financeiras à Rússia
Ucrânia
25 de fev. de 2022, 16:43
— Lusa/AO Online
“No
Conselho Europeu da noite passada, os líderes acordaram em medidas
restritivas que imporão consequências maciças e severas à Rússia. Nós,
ministros das Finanças, iremos implementar imediatamente estas sanções
financeiras e económicas, sanções essas que durarão o tempo que for
necessário e serão complementadas por decisões adicionais”, referem os
responsáveis europeus pela tutela numa posição publicada.Também
firmada pela Comissão Europeia e pelo Banco Central Europeu, a posição
dá ainda conta de que os ministros das Finanças da UE pediram ao
executivo comunitário e ao BCE que “avaliassem as consequências de
cortar ainda mais o acesso das instituições russas ao sistema
financeiro”.“Todas as opções estão em cima
da mesa”, concluem, falando numa “absoluta unidade na resposta às ações
militares russas não provocadas e ilegais”.Na
nota, os ministros das Finanças da UE adiantam que, na reunião informal
em Paris organizado pela presidência francesa do Conselho, foram ainda
discutidas “as consequências económicas desta crise geopolítica, em
particular no setor da energia”.“Estamos empenhados em acelerar a agenda […] para reforçar a nossa independência económica”, adiantam.Em
causa está a nova lista aprovada pelos chefes de Governo e de Estado da
UE de madrugada, em cimeira europeia extraordinária em Bruxelas, com
sanções para os setores financeiro, energético, dos transportes,
exportações e de política de vistos.No que
toca ao setor financeiro, a UE irá “tomar medidas adicionais” sobre
“interações financeiras com bancos russos para além das instituições
atualmente proibidas”, o “financiamento de empresas estatais russas” e
“fluxos financeiros e investimentos da Rússia para a UE”, avançaram
fontes europeias à agência Lusa.Apontando
que “este pacote de medidas assenta e alarga as atuais sanções da UE no
domínio financeiro”, as mesmas fontes europeias especificam estar em
causa a proibição de empréstimo e compra de títulos de novos bancos
(privados), de nova cotação das ações das empresas estatais russas nas
bolsas europeias e de acesso a empréstimos, assim como da aceitação de
novos depósitos de cidadãos russos e residentes em bancos do espaço
comunitário, abrangendo depósitos superiores a 100 mil euros, “tendo
assim um claro impacto sobre a elite russa”.Criada
é também uma barreira ao investimento em títulos da UE, com uma
proibição de depositários em centrais de valores mobiliários.Ao
nível energético haverá uma “proibição de exportação de tecnologias de
refinação específicas da UE para a Rússia”, enquanto, no que toca ao
setor dos transportes, haverá “proibição de exportação de aeronaves,
espaço, peças sobressalentes, tecnologia e serviços relacionados”.“Outras
restrições de exportação para bens de dupla utilização e para artigos
adicionais de tecnologia avançada”, adiantaram as mesmas fontes
europeias à Lusa.Além disso, “a União deve
suspender as viagens sem visto para os titulares de passaportes
diplomáticos russos, bem como os acordos de facilitação de vistos para
os titulares de passaportes de serviço”, mediante uma proposta que será
apresentada pela Comissão Europeia, concluíram.