Pais preocupados com falta de pessoal nas escolas dos Açores
27 de set. de 2023, 17:00
— Lusa
Na carta, os encarregados de
educação mostram-se “preocupados com a falta de recursos humanos nas
diferentes áreas”, com a sua formação e com a manutenção dos edifícios,
para que se possa implementar os “projetos educativos numa visão de
educação inclusiva acompanhando a era da digitalização”.A
FAPA elogia ainda o trabalho realizado pela “dignificação da carreira”
dos docentes e auxiliares, bem como pela “mudança de modelos para uma
educação inclusiva”, mas avisa que ainda existe um “longo caminho a
percorrer” devido à falta de recursos humanos.“Mais
um ano letivo que começa e, mais uma vez, nos encontramos perante
constrangimentos em todas as unidades orgânicas espalhadas pelas nossas
ilhas dos Açores, que, se alguns não poderiam ter sido previstos, outros
há que com uma gestão antecipada poderiam ter sido evitados”, alertam
na missiva dirigida à Secretaria Regional da Educação e Assuntos
Culturais e à qual a agência Lusa teve acesso.Os
encarregados de educação expressam uma “grande preocupação” pela falta
de professores em “diversas áreas da formação”, considerando que os
apoios do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), como as bolsas de mestrado
para a formação de professores, “não vão colmatar as dificuldades
emergentes nem as futuras”.A FAPA refere
ainda que “os quadros de pessoal docente, além das fragilidades da falta
de recursos humanos, apresentam indicadores preocupantes como idades
avançadas, o que aumenta sobremaneira um problema que já é, de si,
gravoso”.Na carta, os encarregados de
educação salientam ainda a “preocupação acresce” devido aos impactos da
covid-19 nas aprendizagens dos alunos e pedem ao Governo Regional para
intervir junto do Ministério da Educação tendo em vista a “alteração de
critérios para profissionalização” e para encontrar “medidas conjuntas
para mitigar a falta de docentes”.“Disciplinas
fundamentais, como o Português, a Matemática, ou a Física e a Química,
ou as TIC estão em falta de docentes, para além do 1º. ciclo do Ensino
Básico e da Educação Especial, que são já algumas das áreas carentes.
Perguntamos como serão estas falhas colmatadas?”, interroga a federação.Os
encarregados de educação do arquipélago também alertam para a falta de
auxiliares nas escolas, apesar do “reforço na abertura de concursos”.“Não
podemos perder de vista que uma grande parte dos profissionais dos
quadros das escolas dos Açores (cerca de 450) tem idade superior aos 60
anos e que não se lhes pode exigir a mesma motricidade e capacidade de
resposta em determinados serviços de segurança e vigilância”, destacam.Os
pais avisam ainda o Governo dos Açores que existe uma “grande
necessidade de adaptação dos espaços escolares a ambientes acolhedores e
seguros”, uma vez que existem “escolas sem condições de comodidade ou
segurança, com falta de instalações sanitárias condignas”.