País deve tirar proveito da localização única do arquipélago no setor aeroespacial
25 de out. de 2017, 18:34
— Lusa/AO online
“[O país]
está a olhar mais para o espaço, mas não é só isso, é o país está a
tirar proveito da localização única dos Açores”, afirmou à agência Lusa
Marcelo Rebelo de Sousa, depois de visitar a Estação Geodésica
Fundamental da ilha de Santa Maria, uma das quatro infraestruturas que
integram a Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais (RAEGE),
no primeiro dia da deslocação ao grupo oriental do arquipélago.Trata-se
de uma infraestrutura com tecnologia de ponta e única no país, cujo
equipamento permite a recolha de dados para estudos sísmicos,
georreferenciação, navegação, vigilância e alerta de riscos naturais,
relevantes para áreas como a indústria aeroespacial ou proteção civil.Das
quatro infraestruturas que irão integrar a RAEGE, as estações de Santa
Maria e de Yebes, em Guadalajara, Espanha, estão operacionais, sendo que
as estações geodésicas das Flores e das Canárias estão em fase de
projeto, sendo expectável que se encontrem em início de construção a
partir de 2018. Além da estação da RAEGE, o ‘cluster’
aeroespacial dos Açores integra outras infraestruturas espaciais
importantes, como a Estação de Rastreamento de Satélites de Santa Maria,
a primeira estação da Agência Espacial Europeia em território português
e uma das primeiras estações da rede de estações ESTRACK, com a
capacidade de fazer rastreio de lançadores de satélite, e que, desde
2009, também é usada para observação da Terra, e a Estação do Galileu,
que monitoriza a qualidade do sinal e o posicionamento dos satélites
Galileu em órbita da Terra.Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que
já conhecia uma parte destes investimentos, notando que faz “parte da
diplomacia portuguesa apostar muito, muito neste projeto, não apenas no
quadro luso-espanhol, mas numa relação com inúmeros países”.“E a
nossa diplomacia está a ter grande sucesso na atração do interesse
desses países, quer no que respeita ao continente americano, quer no
quadro europeu, quer mesmo no quadro africano”, declarou, classificando
esta como “uma aposta estratégica fundamental”.O chefe de Estado
adiantou ter ficado “muito impressionado por aquilo que significa do
ponto de vista científico, num projeto que é tão recente, mas tão
prospetivo, tão virado para o futuro”.