Pacto Climático Europeu reivindica inclusão dos jovens na definição das políticas locais
21 de jun. de 2024, 18:28
— Lusa
“Consideramos
que os jovens não têm sido suficientemente incluídos nos processos de
decisão relativamente às alterações climáticas. Parece-nos que se os
jovens são a geração que mais vai sofrer o impacto das políticas
decididas no presente, devem fazer-se ouvir. É uma forma de assegurar os
direitos das gerações futuras”, disse Luísa Barateiro.À
Lusa, a também dirigente da União de Mulheres Alternativa e Resposta e
coorganizadora da conferência Local Conference of Youth (LCOY) no Porto
explicou que serão escritas três cartas, duas dirigidas a autarcas e uma
terceira para integrar a Carta Internacional da Juventude, que será
levada à cimeira das Nações Unidas sobre o clima COP29, em novembro, no
Azerbaijão.“As cartas para os autarcas –
uma sobre temas do Norte, da Área Metropolitana do Porto e sobre o Porto
e uma semelhante sobre a zona de Lisboa – serão escritas de manhã e,
embora estejam focadas nestas cidades, também serão distribuídas a mais
autarcas através da Associação Nacional de Municípios Portugueses
(ANMP)”, acrescentou.Lamentando que nem
todos os municípios tenham conselhos municipais da juventude ou mesmo
que alguns que os têm tardem em operacionalizá-los, Luísa Barateiro
defendeu que “os jovens querem ter uma palavra a dizer na elaboração dos
planos municipais de mitigação do impacto das alterações climáticas”.“Os
jovens estão disponíveis para participar nos processos, estão
informados, estão tecnicamente capacitados. Temos em Portugal imensos
jovens com formação avançada na área das alterações climáticas”, disse.A
III Conferência Local da Juventude Sobre Alterações Climáticas decorre
no sábado, em simultâneo e pela primeira vez de forma descentralizada no
polo da Asprela da UPTEC, no Porto, e na Casa do Impacto, no Convento
de São Pedro de Alcântara, em Lisboa.A organização estima a presença de cerca de 30 jovens no Porto e de 40 em Lisboa.Estão inscritos jovens com idades entre os 18 e os 35 anos.No
convite para a conferência, a organização descreve que o objetivo é
“construir políticas ambientais com um poder local mais próximo dos
cidadãos, através de mecanismos de democracia participativa”.“As
cartas que vão sair desta iniciativa do Pacto Climático Europeu irão
defender, junto dos presidentes de câmara do Porto e de Lisboa e dos
autarcas de todo o país, a integração de jovens nas equipas de
elaboração de planos de ação e adaptação climática para as áreas
metropolitanas, bem como para as câmaras municipais e juntas de
freguesia”, lê-se no convite.O Pacto
Climático Europeu é uma iniciativa central do European Green Deal
promovido pela União Europeia. O seu objetivo é mobilizar as comunidades
na Europa para os investimentos, atividades e processos que sejam
progressivamente menos dependentes dos combustíveis fósseis e da emissão
de outros gases com efeito de estufa, promovendo a transição para modos
de vida mais seguros e saudáveis e para uma economia sustentável.