Paços de Ferreira venceu e convenceu frente ao campeão FC Porto

31 de out. de 2020, 13:16 — AO Online/ Lusa

Os pacenses, mais solidários e agressivos a defender e mais perigosos a atacar, foram melhores ao longo do jogo e justificaram o quinto triunfo sobre o FC Porto na história dos 22 confrontos na Capital do Móvel, materializado nos golos de Dor Jan, aos 11 minutos, Stephen Eustáquio, 43, e Bruno Costa, 59, na transformação de uma grande penalidade.O FC Porto marcou por Sérgio Oliveira, aos 45+7, também de penálti, e Otávio, aos 78, dois golos ainda assim insuficientes para evitar a derrota que poderá atrasar ainda mais a equipa na classificação.Com este resultado, o Paços sobe vários lugares na tabela, igualando os oito pontos do Moreirense, que é quinto, enquanto o FC Porto mantém 10 e, por agora, o terceiro lugar, a dois do Sporting e cinco do líder Benfica, que ainda não jogaram, mas com possibilidades de ser ultrapassado por Sporting de Braga e Moreirense no final da jornada.Na antevisão ao jogo, os dois treinadores trocaram elogios, o campeão Sérgio Conceição rotulou mesmo a visita à Capital do Móvel como uma final, mas os seus jogadores não devem ter percebido o recado. Pouco agressivos sem bola e lentos com ela, permitiram que o Paços conseguisse sempre criar mais perigo.Coeso e solidário a defender e rápido a roubar espaços, o Paços conseguia ganhar muitas vezes a bola na zona de construção do FC Porto e atacar rapidamente a baliza de Marchesín.Foi com esta receita que os pacenses inauguraram o marcador, aos 11 minutos, pelo israelita Dor Jan, que, com Hélder Ferreira, formou o par de novidades no onze de Pepa.Com jogos a cada três dias, e serão sete em 22 (entre a paragem das seleções em outubro e a que se segue em novembro), Sérgio Conceição voltou a apostar na rotação, lançando pela primeira vez o médio sérvio Grujic na equipa inicial, ao qual juntou Evanilson no ataque e o estreante Diogo Leite no centro da defesa, perfazendo um total de 28 jogadores já utilizados.Além destas entradas, Manafá derivou para a esquerda da defesa, recuando Corona para o lado direito, alterações sem resultados práticos para a estratégia traçada. Apesar da apatia, o FC Porto podia ter marcado por Evanilson e Grujic, aos 13 e 14 minutos, mas foi de livre que os campeões nacionais mais perto ficaram do empate, por Sérgio Oliveira, aos 23, num livre direto ao poste.O FC Porto tinha mais bola, numa tendência que se manteve ao longo da partida, mas o Paços era melhor e mais perigoso, explorando bem as costas dos médios contrários com passes longos para a velocidade de Hélder Ferreira e, sobretudo, Luther Singh, que, aos 33 minutos, venceu em corrida a oposição de Mbemba e por pouco não marcou.O sul-africano emprestado pelo Sporting de Braga viria a concretizar a ameaça cinco minutos depois, aos 38, mas Nuno Almeida, após consulta ao videoárbitro, anulou o golo, por alegada falta de Dor Jan no lance.Na sequência dos muitos protestos do banco pacense, treinador principal e adjunto foram expulsos, mas a intranquilidade 'morava' do lado dos campeões nacionais e seria, de novo, bem aproveitada pelos locais.Stephen Eustáquio ganhou a bola à entrada do meio-campo portista, desmarcou Hélder Ferreira na direita e foi finalizar na área, sem grande oposição, aproveitando o centro atrasado do colega.O jogo caminhava para o intervalo e no sétimo minuto de descontos o FC Porto beneficiou de uma grande penalidade, por mão de Eustáquio que Nuno Almeida considerou intencional, que Sérgio Oliveira concretizou, reduzindo a desvantagem.Sérgio Conceição lançou Luis Díaz e Nakajima na segunda parte, mas, mais uma vez, o Paços, com grande solidariedade coletiva, conseguia ter ataques mais 'limpos' e aproximações mais perigosas à baliza e, depois de duas ameaças, voltou a marcar, aos 59 minutos, numa grande penalidade a punir desnecessária mão de Marega na área.Bruno Costa, formado no FC Porto, não festejou após a conversão do castigo máximo e quase 'bisou' aos 66, já depois de Stephen Eustáquio rematar ao 'ferro' da baliza de Marchesín.Com dois golos de desvantagem, o FC Porto lançou-se desesperadamente no ataque, com o Paços a recuar no terreno e a manter fechados os espaços, num esforço que só não evitou o golo de Otávio, aos 78 minutos, num remate forte e colocado à entrada da área.O pacense João Pedro dispôs do último lance de golo no encontro, findo o qual Sérgio Conceição acabaria expulso por protestos.