OSCE convoca reunião para que Moscovo esclareça manobras militares
Ucrânia
14 de fev. de 2022, 16:48
— Lusa/AO Online
A reunião -
incluindo Ucrânia, Rússia, EUA e União Europeia (UE) - foi solicitada
pelo governo ucraniano, no âmbito de um mecanismo para promover a
transparência e reduzir os riscos nas atividades militares dos estados
da OSCE."A Ucrânia pediu à presidência
polaca da OSCE para realizar uma reunião com a Rússia e outros estados
interessados em atividades militares incomuns", informou a organização,
num comunicado.O ministro dos Negócios
Estrangeiros da Ucrânia, Dmitro Kuleba, anunciou no domingo a ativação
de uma cláusula de um acordo dentro da OSCE - o Documento de Viena - que
visa promover a transparência na movimentação de tropas."Exigimos
uma reunião com a Rússia e todos os estados participantes dentro de 48
horas para discutir o reforço e a redistribuição ao longo da nossa
fronteira e a da Crimeia temporariamente ocupada", disse Kuleba, numa
mensagem na rede social Twitter.Kuleba
sublinhou que a Rússia deve honrar os seus compromissos com a
transparência militar para reduzir as tensões, se quiser falar
seriamente sobre segurança no espaço da OSCE.A
Ucrânia exige que a Rússia forneça explicações sobre as suas atividades
militares junto da fronteira ucraniana, onde concentrou mais de 100.000
soldados e armas pesadas.A OSCE -
composta por 57 Estados - é a única organização multilateral, além das
Nações Unidas, em que Rússia, países ocidentais e Ucrânia se sentam à
mesma mesa.Entretanto, a Polónia - a maior
nação da União Europeia a fazer fronteira com a Ucrânia – está a
preparar-se para aceitar refugiados ucranianos, na eventualidade de uma
invasão russa.Enquanto outros países
retiram as suas missões diplomáticas na Ucrânia, a Polónia diz que, por
enquanto, mantém as operações diplomáticas naquele país, para a
eventualidade de ser necessário facilitar uma saída em larga escala de
ucranianos.A Polónia - que recebeu um
grande número de imigrantes ucranianos nos últimos anos, principalmente
após a anexação da Crimeia, em 2014 – tem vindo a fazer planos para
aceitar, de novo, refugiados.O
vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia, Marcin Przydacz,
disse que a Polónia espera que não haja uma escalada de tensão na
Ucrânia, mas que o país está a preparar-se para qualquer possibilidade,
nomeadamente a hipótese de ter que acolher refugiados, em fuga de um
conflito militar.“Neste pior cenário, não
estamos a falar de centenas ou milhares, mas de números muito maiores”,
disse Przydacz, durante uma entrevista radiofónica, mostrando-se
confiante em que Moscovo aceite ainda uma solução diplomática para o
conflito.Nesse sentido, o Ministério dos
Negócios Estrangeiros italiano, confirmou hoje que o seu ministro se
deslocará a Moscovo, na quarta-feira, para tentar desencorajar uma
“agressão” russa contra a Ucrânia, levando uma mensagem clara dos
aliados europeus, da NATO e da OSCE."Estamos
determinados a transmitir mensagens claras, unitárias e firmes a
Moscovo, em estreita coordenação com os nossos parceiros e aliados
europeus, a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e a OSCE,
para desencorajar qualquer agressão ou escalada", disse Di Maio.