Autor: Ao Lusa
"[Cavaco veio] Apelar a consensos, mas consensos para quê? Prosseguir esta política, continuar esta austeridade, continuar a afundar o país?", interrogou a deputada ecologista Heloísa Apolónia.
A parlamentar falava nos passos perdidos do parlamento no final da sessão solene dos 40 anos do 25 de Abril, e comentava o teor do discurso do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
O chefe de Estado, advoga Heloísa Apolónia, "raramente se reporta" nas suas intervenções públicas "à vida concreta dos portugueses" e às dificuldades que o povo atravessa, mantendo um "papel demasiado colado ao Governo".
"Esta política que está a ser prosseguida pela ‘troika' é aquela que o Governo quer continuar e pelos vistos, infelizmente, também o senhor Presidente da República", sublinhou a deputada.
O Presidente da República recusou hoje "a política de vistas curtas" ditada pelos taticismos, insistindo na necessidade de entendimentos políticos sobre as questões essenciais para o futuro do país.
"É tempo de abandonarmos a política de vistas curtas, ditada pelo taticismo e pelos interesses de ocasião. Precisamos de um discurso de esperança que mobilize os portugueses para os desafios que temos à nossa frente. Precisamos de professores motivados, investigadores empenhados, servidores do Estado valorizados, agentes culturais criativos, jovens empreendedores, uma comunidade de empresários e trabalhadores com espírito vencedor", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, no discurso da sessão solene do 25 de Abril, que decorreu na Assembleia da República.
Insistindo num ponto já recorrente nas suas intervenções, o chefe de Estado voltou a dizer que é difícil compreender que "agentes políticos responsáveis não consigam alcançar entendimentos sobre questões essenciais para o nosso futuro coletivo".