Os Duques são uma banda recente, mas a bagagem que cada um dos elementos
carrega permitiram à banda saltar muitas etapas. Ainda sem qualquer
concerto ao vivo – culpa da pandemia, esta sim, um grande “duque” que
nos saiu a todos – a banda tem já um extraordinário
álbum editado (por enquanto apenas nas plataformas de streaming):
“Duques I”.
Com um som a fazer lembrar bandas como Incubus ou Red Hot Chili Peppers,
os Duques apresentam um funk rock cheio de energia e boa onda, com
letras em português – ora cantado ora em rap.
Há uma notória maturidade no som da banda que pode surpreender os mais
distraídos, mas que se percebe perfeitamente quando se olha para o
percurso de cada um dos elementos da banda. Passaram por muitas bandas,
com estilos diferentes. São muitas horas de palco
acumuladas por todos.
Destaque para o contributo de Luís Sousa (Fita Preta) para o som da
banda – um baixo muito presente e com muito groove que parece apontar
sempre o caminho certo – e para o trabalho de Rúben Torres (Marralho) na
guitarra, quer a dar colorido funk, quer nos solos
bem rasgados. A introdução dos teclados, por Miguel Oliveira (Zulu) –
que aconteceu já durante a gravação do álbum – veio em boa hora, porque,
sem dúvida, eleva o conjunto para outro nível. “Acreditar” é um bom
exemplo da magia que o teclado traz a estas canções.
Se conseguirem transportar a energia e a potência do disco para o palco,
os Duques serão um caso de sucesso e se lhes derem a oportunidade de
participar nos maiores festivais dos Açores (em horários e palcos em que
não estejam condenados à partida a tocar para
uma plateia vazia) tenho a certeza de que darão um espetáculo de grande
qualidade.
Os Duques esperam que 2022 seja “um ano repleto de atuações” e contam também lançar “Duques I” em CD e vinil.