Órgão máximo entre congressos da associação de municípios debate descentralização
5 de jul. de 2022, 11:23
— Lusa/AO Online
A reunião extraordinária do
Conselho Geral, presidido por Carlos Moedas, decorre na sede da ANMP, em
Coimbra, a partir das 14h00, após uma reunião do Conselho Diretivo da
associação, dirigida pela presidente, Luísa Salgueiro.O Conselho Geral é o órgão máximo da
ANMP entre congressos, constituído por 61 presidentes de câmara de todo
o país, eleitos por um sistema de representação proporcional, e
reúne-se trimestralmente, mas pode reunir-se de forma extraordinária
quando for considerado necessário.Entre as
competências do Conselho Geral da ANMP estão a aprovação dos planos de
atividades e os orçamentos, relatório de atividades e contas, acompanhar
a execução das linhas gerais definidas em congresso e a atividade do
Conselho Diretivo e pronunciar-se sobre quaisquer assuntos apresentados
pelo Conselho Diretivo. É ao Conselho Geral que cabe deliberar sobre a
admissão ou exclusão de qualquer membro, incluindo receber, por meio de
comunicação escrita, a decisão de abandono por qualquer município.Esta
reunião extraordinária foi pedida pelo Conselho Diretivo para debater, entre outros assuntos, a
"atualização das verbas e revisão de critérios relativamente à
descentralização", discutir “todas as medidas que assegurem a
sustentabilidade das finanças locais” e abordar algumas preocupações com
“um conjunto de matérias fundamentais para os municípios” no Orçamento
do Estado para 2022 (OE2022), como revelado há cerca de um mês pela
presidente, Luísa Salgueiro, em Coimbra.Na
reunião, o Conselho Diretivo pedirá ao Conselho Geral “a convocação de
um encontro nacional de autarcas para discutir, em conjunto, os impactos
do OE2022 na atividade municipal, assim como a descentralização de
competências e as finanças locais”, acrescentou a também presidente da
Câmara de Matosinhos, indicando que a ANMP continua atenta às
reclamações dos autarcas “preocupados com o desequilíbrio das contas”
associado à descentralização de competências.A
ANMP continua a negociar com o Governo a descentralização de
competências da administração central para a administração local,
nomeadamente a atualização de valores correspondentes às competências a
assumir, mesmo após a saída da Câmara do Porto da associação, alegando
não se sentir representada nas negociações com o Governo.Tal
como o Porto, outros municípios ameaçaram abandonar ou discutir a saída
da ANMP, por considerarem insuficientes as verbas negociadas com o
Governo para cumprir as competências a descentralizar, sobretudo nas
áreas da Educação, Saúde e Ação Social.Vários
autarcas, nomeadamente o histórico dirigente da ANMP e atualmente
presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas (PSD), e também o
presidente dos Autarcas Sociais-Democratas e autarca de Mafra, Hélder
Sousa Silva, defenderam a necessidade de realização de um congresso
extraordinário sobre a descentralização, para evitar a saída de mais
câmaras e não enfraquecer o interlocutor dos municípios junto do
Governo.A ultima reunião ordinária do
Conselho Geral realizou-se em 04 de maio em Lisboa, na qual foi
aprovado, por unanimidade, um parecer desfavorável ao OE2022 por
entender que “o Governo não acolheu um conjunto de medidas que considera
fundamentais para uma gestão municipal eficiente”.Entretanto,
o PS propôs e aprovou na Assembleia da República a reativação da
Comissão de Acompanhamento da Descentralização para os municípios, que
tem entre as suas funções analisar se as verbas entregues aos municípios
para desempenharem funções na educação, saúde e ação social são
suficientes.