Organização sindical dos polícias lamenta exposição dos seus elementos em reportagem
18 de nov. de 2022, 14:24
— Lusa/AO Online
“É
execrável, a forma como alguns membros deste sindicato foram expostos e
depreciativamente associados ao partido Chega, insinuando uma tendência
ou conotação política”, realça a OSP em comunicado.A
OSP esclarece que a direção do Sindicato foi, no passado, convidada
pelo partido Chega para uma reunião que tinha por objetivo discutir as
condições de trabalho e carreira dos polícias.Por
isso, a OSP exorta todos os partidos políticos a convidarem a direção
executiva da organização para reunir, discutir, esclarecer sobre as
condições humanas e de trabalho dos profissionais de polícia.A
OSP lamenta igualmente a exposição de um seu dirigente que, “de forma
gratuita e tendenciosa, viu o seu bom nome posto em causa repetidas
vezes, em referência a um caso sucedido em 2011, devidamente julgado e
concluído em tribunal”.“Cabe também à OSP
esclarecer que a entrevista realizada ao presidente deste Sindicato foi
convenientemente editada e descontextualizada, de forma a seguir a linha
orientadora ambicionada para a reportagem”, refere a OSP.A
OSP destaca também que a informação contida na reportagem é “facciosa,
manipuladora e “com intuído de “denegrir a imagem das forças de
segurança”.Na nota, a OSP esclarece ter
sido contactada para colaboração num trabalho sobre o movimento sindical
da PSP e as condições que deram origem ao Movimento Zero.No
entanto, após a visualização da reportagem denominada “Quando o ódio
veste farda”, a OSP constatou que a informação contida na peça é
“facciosa, manipuladora e intuindo denegrira imagem das forças de
segurança”.Segundo a OSP, durante a
reportagem, foi insinuado que a “PSP tem nas suas fileiras racistas,
xenófobos e simpatizantes da extrema-direita”.“No
decorrer da reportagem é intuído implicitamente que a hierarquia da
instituição da Polícia de Segurança Pública, está conivente com
ilegalidades e fecha os olhos a atos criminosos, que sejam cometidos por
profissionais de polícia”, sublinha a organização.A
OSP salienta que foram “vasculhadas mensagens de ‘chat’s’ privados de
Telegram, onde elementos das forças de segurança desabafam e libertam o
sentimento de injustiça em palavras. ‘Chat’s’ privados, que alguém que
não os órgãos de justiça, foi espiar e agora zelar por divulgar as
mensagens privadas visualizadas, sem o consentimento dos seus autores”.“Difundem-se
publicamente mensagens extraídas de ‘chat’s’ privados, que até hoje
nada espelharam de instigador ou de ilícito contra a vida do cidadão ou
no serviço de segurança pública’, frisa a OSP.Na
nota, a diz ainda ser “curioso” o facto de a reportagem “vir a público
num contexto temporal em que se reivindica um aumento salarial e mais
meios humanos e materiais para a PSP.“Nos
últimos tempos, foram várias informações distorcidas da realidade
levadas a público, nomeadamente sobre vencimento, ‘bónus’ e até
exposição errada de valores, de serviços remunerados, em capas de
jornal”, refere a OSP.Por fim, e ainda
sobre os alegados comentários discriminatórios, a OSP diz lamentar que
estes casos existam e condena quaisquer comportamentos “efetivos e
dolosos de cariz racista ou xenófobo”.Um
consórcio de jornalistas de investigação divulgou na quarta-feira uma
reportagem de Pedro Coelho, Filipe Teles, Cláudia Marques Santos e Paulo
Pena, na SIC, no Setenta e Quatro, no Expresso e no Público, que mostra
que as redes sociais são usadas para fazer o que a lei e os
regulamentos internos proíbem, com base em mais de três mil publicações
de militares da GNR e agentes da PSP, nos últimos anos.A
Procuradoria-Geral da República (PGR) já abriu um inquérito à queixa
apresentada pela Direção Nacional da PSP relativa à publicação. Também a
Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) anunciou a abertura de
um inquérito.