Organização Meteorológica aponta Ophelia como causa de altas temperaturas em Portugal
17 de out. de 2017, 13:44
— Lusa/AO Online
"Esperamos que [as
temperaturas] voltem ao normal na Europa, incluindo em Espanha e
Portugal", disse hoje a porta-voz da Organização, Claire Nullis, falando
aos jornalistas, em Genebra.O responsável realçou que "o que é
mais impressionante com este furacão não é só o vento e a sua
localização, mas também tudo o que o acompanha".É que, com os
ventos "excecionalmente fortes, registaram-se temperaturas altas em
muitas partes da Europa, como consequência do Ophelia", explicou Claire
Nullis.A Organização Meteorológica Mundial recordou que se
confirmou que os ventos fortes e as altas temperaturas associadas a este
fenómeno contribuíram para a multiplicação dos incêndios florestais no
Norte de Portugal e de Espanha.Em Portugal, registaram-se, no fim
de semana, temperaturas muito elevadas em alguns pontos do país, acima
de 30 graus Celsius, tendo domingo sido o pior dia de fogos do ano, com
centenas de incêndios no Norte e Centro do país e, pelo menos 37 mortos,
além de 71 feridos, 55 dos quais ligeiros e 16 graves.Aquela foi
a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois
de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e
que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.Também em Espanha,
as temperaturas foram elevadas, atingindo 36 graus, mais 13 que a média
habitual, enquanto na Holanda se registaram 25 graus, um recorde para
esta época do ano, como aconteceu igualmente em vários locais de França.O
furacão Ophelia que, quando chegou à Europa tinha a classificação de
tempestade, atinge hoje locais da Inglaterra, principalmente Escócia,
onde foi declarado risco de inundações e parte do serviço de transporte
está interrompido, depois de, na Irlanda ter causado, na segunda-feira,
três mortos e muitos estragos.As rajadas de vento ultrapassaram 150 quilómetros por hora, em vários locais.Na
segunda-feira, o Ophelia também provocou um fenómeno estranho no céu em
várias cidades europeias, tendo ficado com fortes tonalidades amarelas e
laranja.Este fenómeno deveu-se à combinação das cinzas dos
incêndios e da areia do deserto do Sahara, que este ano chegou mais a
Norte que nunca.