Organização lamenta que grupos religiosos se tenham sentido ofendidos por quadro “A Última Ceia”
28 de jul. de 2024, 15:43
— Lusa
A pintura de Da Vinci retrata o
momento em que Jesus Cristo declarou que um apóstolo o iria trair. A
cena da cerimónia de sexta-feira contou com a presença da DJ e produtora
Barbara Butch - um ícone LGBTQ+ - ladeada por artistas ‘drag’ e
dançarinos.Os conservadores religiosos de
todo o mundo condenaram o segmento, com a conferência de bispos da
Igreja Católica francesa a deplorar as “cenas de escárnio” que, segundo
eles, ridicularizavam o cristianismo - um sentimento partilhado pela
porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria
Zakharova.A Comunhão Anglicana no Egito
expressou hoje o seu “profundo pesar”, afirmando que a cerimónia poderia
fazer com que o Comité Olímpico Internacional “perdesse a sua
identidade desportiva distintiva e a sua mensagem humanitária”.O
diretor artístico da cerimónia dos Jogos Olímpicos de Paris, Thomas
Jolly, afirmou que o objetivo era celebrar a diversidade e prestar
homenagem à festa e à gastronomia francesa.Anne
Descamps, porta-voz de Paris 2024, foi hoje questionada sobre os
protestos durante uma conferência de imprensa do Comité Olímpico
Internacional.“É evidente que nunca houve a
intenção de desrespeitar qualquer grupo religioso. Pelo contrário,
penso que (com) Thomas Jolly, tentámos realmente celebrar a tolerância
da comunidade”, afirmou Descamps. “Olhando para o resultado das
sondagens que partilhámos, acreditamos que esta ambição foi alcançada.
Se as pessoas se sentiram ofendidas, é claro que lamentamos muito, muito
mesmo.”Jolly explicou as suas intenções à Associated Press após a cerimónia:“O
meu desejo não é ser subversivo, nem gozar ou chocar”, disse Jolly.
“Acima de tudo, queria enviar uma mensagem de amor, uma mensagem de
inclusão e não de divisão”.