Organização esclarece que "age apenas perante decisões" das entidades desportivas
Volta
3 de ago. de 2022, 12:32
— Lusa/AO Online
“A
organização da Volta a Portugal em Bicicleta tem acompanhado os
desenvolvimentos que têm vindo a público sobre ações levadas a cabo pela
Polícia Judiciária e pela ADoP, Autoridade Antidopagem de Portugal,
junto de algumas equipas profissionais de ciclismo”, começa por dizer o
comunicado.A Podium recorda que, “desde a
primeira hora” e “em defesa da verdade desportiva”, se constituiu parte
da Comissão de Estrada promovida pela Federação Portuguesa de Ciclismo,
“a qual emanou um protocolo destinado à autorregulação da comunidade
profissional portuguesa, constituindo um compromisso de todos os agentes
envolvidos com as boas práticas desportivas”. “Nesse
documento, para além das demais obrigações desportivas e perante o
compromisso de autorregulação da comunidade, a organização da Volta a
Portugal comprometeu-se também a convidar todas as equipas profissionais
portuguesas para participarem na prova. Sem prejuízo deste compromisso,
a Podium, que não pode atuar nestes casos no tempo dos media, aguarda e
age apenas perante decisões e resoluções das entidades que
superintendem a justiça desportiva”, nota. A
organizadora da Volta ressalva que, “ainda que alguns corredores e uma
equipa tenham sido, entretanto, visados por essas decisões, estas
incidem exclusivamente sobre si próprios e sobre a sua atividade
desportiva anual e futura”, pelo que, ainda que lamentando, “mantém o
compromisso de prosseguir com aqueles que nada tem a ver com esses casos
e que se mantém incólumes na forma como praticam o seu desporto de
eleição que também é a sua atividade profissional e sustento
financeiro”. “A Podium mantém-se
concentrada em colocar na estrada mais uma grandiosa edição da Volta que
terá início esta quinta-feira, 04 de agosto, em Lisboa. Temos a certeza
que durante quase duas semanas, como sempre acontece no verão, o país
continuará a viver de forma apaixonada e debruçado sobre a estrada as
intrépidas aventuras dos heróis de bicicleta”, concluiu o comunicado.A
PJ realizou na terça-feira buscas “em locais ligados a equipas de
ciclismo” no âmbito da operação ‘Prova Limpa’, confirmou à Lusa fonte
ligada à investigação, esclarecendo que o objetivo “principal foi a
recolha de prova, nomeadamente documentação”.A
mesma fonte detalhou que a PJ “realizou buscas em vários pontos do
país, em simultâneo, em locais ligados a equipas de ciclismo, no âmbito
da operação ‘Prova Limpa’”, tendo estas “como objetivo principal a
recolha de prova, nomeadamente de documentação e não a detenção de
qualquer suspeito”.As buscas aconteceram a
dois dias do arranque da 83.ª Volta a Portugal em bicicleta, que estará
na estrada entre quinta-feira e 15 de agosto.Entre
os ciclistas cuja casa foi alvo de buscas estão Francisco Campos,
entretanto afastado da equipa Efapel, e Daniel Freitas, excluído da
Volta a Portugal pela Rádio Popular-Paredes-Boavista, segundo
confirmaram à Lusa, respetivamente, os diretores desportivos José
Azevedo e José Santos.Também um corredor
da Glassdrive-Q8-Anicolor está entre alvos das buscas, com o diretor
desportivo Rúben Pereira a preferir não revelar a identidade do mesmo.No
final de abril, 10 corredores da W52-FC Porto foram constituídos
arguidos e o diretor desportivo da equipa, Nuno Ribeiro, foi mesmo
detido, assim como o seu adjunto, José Rodrigues, no decurso da operação
‘Prova Limpa’, a cargo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP)
do Porto.“A operação policial, envolvendo
um total de cerca de 120 elementos provenientes da Diretoria do Norte e
ainda das Diretorias do Centro e do Sul, da Unidade Nacional de Combate
à Corrupção e dos Departamentos de Investigação Criminal de Braga, Vila
Real e Guarda, contou ainda com a colaboração da ADoP”, detalhou a PJ,
em 24 de abril, indicando que durante a mesma “foram apreendidas
diversas substâncias e instrumentos clínicos, usados no treino dos
atletas e com impacto no seu rendimento desportivo". A
União Ciclista Internacional (UCI) retirou, na semana passada, a
licença desportiva à W52-FC Porto, depois de oito dos seus ciclistas,
além de dois elementos do ‘staff’ terem sido suspensos preventivamente
pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP).