A Ordem dos Médicos - Açores homenageou, no sábado, os
médicos que exerceram ou exercem na Região e que já atingiram a idade da
aposentação.Esta iniciativa “pioneira na história da Ordem dos
Médicos” pretendeu, de acordo com a presidente do Conselho Médico dos
Açores da Ordem, Margarida Moura, “honrar o percurso de 49 médicos que
forneceram cuidados médicos à população da Região”. “Estes médicos
foram os pioneiros na introdução das diferentes especialidades médicas,
pela organização de serviços clínicos altamente especializados o que
permite que sejam formados novos médicos especialistas e que a população
receba os melhores cuidados médicos, evitando a deslocação para o
exterior”, destacou a médica na ocasião.Margarida Moura alertou
ainda para “o momento crítico que se vive, com a tentativa de
funcionalização do médico, o que não é compatível, uma vez que a base da
nossa essência enquanto médicos reside no nosso compromisso para com o
doente, tendo por base a ética médica e a boa qualidade da medicina”. “A
funcionalização e industrialização da medicina, têm conduzido ao
desalento, cansaço, desmotivação e ‘burnout’ dos médicos”, afirmou,
salientando: “Defendemos uma medicina de qualidade, avaliada por
indicadores de qualidade, só assim elevaremos o patamar para a obtenção
da excelência”.Ainda durante este evento foi lançado o livro
“Reconhecimento” que reúne as notas curriculares dos homenageados e que a
presidente do Conselho Médico dos Açores descreve como “um documento
fundamental para se conhecer a história da Medicina nos Açores”.Também
o bastonário da Ordem dos Médicos se associou a esta homenagem, tendo
realçado que estes profissionais “muito fizeram pelo desenvolvimento da
região autónoma, com uma dedicação incansável que é digna desta justa
homenagem”.Para Miguel Guimarães, apesar dos problemas estruturais,
os médicos são “verdadeiros heróis”, desde os tempos que ajudaram a
construir o serviço público de saúde. Assim apelando ao poder político
por uma maior valorização dos médicos e dos profissionais de saúde, o
bastonário sublinhou que “quem não gosta de médicos, não gosta de
doentes”.