Ordem dos Psicólogos quer plano estratégico sobre necessidades nas escolas dos Açores

A Ordem dos Psicólogos defendeu hoje a definição de um plano estratégico nos Açores para aferir prioridades nas escolas, alegando existir "muita desigualdade" na distribuição destes profissionais por ilhas.


Autor: Lusa/AO Online


“Tem que haver um plano no sentido de definir o que é que é prioritário. Os psicólogos não podem continuar a trabalhar em todos os programas que existem”, afirmou a presidente da delegação regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos, Maria Luz Melo, em declarações aos jornalistas.

A responsável falava à margem da sessão de abertura do I Encontro de Psicólogos Educacionais da Região Autónoma dos Açores, que decorre até quinta-feira em Ponta Delgada, ilha de São Miguel.

De acordo com números avançados pelo secretário regional da Educação e Cultura, Avelino Meneses, no arranque do encontro, os psicólogos escolares totalizam "80 no arquipélago no decurso deste ano letivo, mais seis do que em 2016/2017 à razão de um profissional de Psicologia por cada meio milhar de alunos".

Segundo o governante, trata-se de um rácio "muito mais favorável do que o nacional e o internacional".

Para a responsável da Ordem, devem ser “definidas as prioridades em termos políticos” e depois “ajustadas às realidades particulares de cada ilha, agrupamentos e escolas”.

Maria Luz Melo salientou que os psicólogos educacionais participam em “inúmeros programas desenvolvidos na região” e o número daqueles profissionais numa determinada escola "acaba por não ser suficiente para dar resposta" a todos os projetos implementados pelo Governo Regional.

"Além disto, há um trabalho que o psicólogo desenvolve na escola, desde a avaliação das crianças com necessidades educativas especiais, definição de planos”, exemplificou, acrescentando que os profissionais intervêm também em casos ‘bullying’, indisciplina na sala de aula, dão apoio aos professores.

A psicóloga sustentou que este é “um trabalho bastante heterogéneo e complexo”.

Maria Luz Melo realçou, por outro lado a gravidade dos problemas na região que "é, por vezes, superior ao do continente", em particular a questão do insucesso escolar, embora se registem melhorias nos indicadores a este nível.

Neste encontro vai ser debatido o levantamento efetuado ao nível do trabalho dos psicólogos educacionais e as necessidades, documento que será posteriormente remetido à tutela.

O secretário regional da Educação e Cultura garantiu que os psicólogos estão "empenhados" em equipas multidisciplinares de apoio sócio educativo e pedagógico e de cursos profissionais, na educação especial, nos programas de formação e inserção juvenil, no combate à violência, à indisciplina nas escolas e à promoção da cidadania.

Avelino Meneses destacou que, além dos psicólogos, são diversos os técnicos que “quotidianamente contribuem para a melhoria da qualidade do ensino nas escolas”, nas mais diversas áreas, 145 este ano letivo, mais 18 que em 2016/2017.