Ordem dos Médicos vota criação da especialidade de Medicina de Urgência segunda-feira
21 de set. de 2024, 15:05
— Lusa/AO Online
A criação desta especialidade
tinha sido “chumbada” no final de 2022 por esse órgão deliberativo da
OM, mas o processo foi reaberto por um grupo de trabalho criado no
início deste ano.Em julho, foi aprovado o
regulamento que constituiu a primeira etapa da criação da nova
especialidade de Medicina de Urgência, que esteve em consulta pública
nos últimos meses, sendo agora sujeito a votação o documento final que
ficou fechado no início desta semana, adiantou à Lusa fonte da ordem.Caso
seja aprovada, o objetivo passa por iniciar a formação de médicos
especialistas em Medicina de Urgência e Emergência já em janeiro de
2025.Se a Assembleia de Representantes der
“luz verde” na reunião agendada para segunda-feira, será criada uma
comissão instaladora que se vai deslocar a serviços de urgência para
aferir quais os que têm condições para receber médicos internos.Na
sequência desse trabalho, será transmitido ao Ministério da Saúde quais
os serviços de urgência que poderão receber a formação da nova
especialidade, no sentido de serem incluídos no mapa de vagas que é
publicado em novembro.Na prática, a
formação de um médico interno em Medicina de Urgência e Emergência
durará cinco anos, mas será possível ter novos especialistas mais cedo,
através da “admissão por consenso”, um mecanismo que prevê a atribuição
de uma determinada especialidade a um médico, com base em critérios
predefinidos.A Assembleia de
Representantes é o órgão deliberativo nacional da Ordem dos Médicos e
uma das suas competências é decidir sobre as propostas de criação ou
extinção de especialidades e criar subespecialidades.O Ministério da Saúde pretende abrir no próximo ano as primeiras vagas para formar especialistas em Medicina de Urgência.“Dada
a importância desta medida, estão já a ser realizados esforços no
sentido de se aprovar a criação da especialidade Médica de Urgência até
ao final de 2024, para em 2025 serem disponibilizadas as primeiras vagas
para internato”, refere o Plano de Emergência e Transformação da Saúde
aprovado pelo executivo no final de maio.Esta
medida é uma das que o Ministério da Saúde considera prioritárias no
eixo “Cuidados Urgentes e Emergentes” do plano, com o objetivo de
permitir a especialização médica numa área de impacto direto na
qualidade dos cuidados de saúde prestados a doentes que correm risco de
vida.No documento, o Governo salienta que
esta especialidade é “firmemente reconhecida” e existe já em 31 países
da Europa e em cerca de 83 países a nível mundial.