Ordem dos Médicos critica falta de "solução robusta" para agressões a profissionais
21 de dez. de 2021, 11:36
— Lusa/AO Online
Em
comunicado, a OM considera que “este é um caso de extrema gravidade que
merece o repúdio da Ordem dos Médicos, bem como de toda a sociedade
civil”.Na nota, o bastonário da OM, Miguel
Guimarães, lamenta que a violência física e psicológica contra os
profissionais de saúde continue “sem uma solução robusta e estrutural
que permita prevenir estas situações deploráveis”.“Após
dois anos de promessas, o Ministério da Saúde continua a não defender
os médicos e a permitir que os agressores não sofram consequências
legais pelos seus atos”, sublinha Miguel Guimarães, citado na nota.A
OM insiste em que sejam tomadas medidas concretas, com caráter de
urgência, que permitam proteger os profissionais de saúde, prevenir
situações de violência física e/ou psicológica e punir os agressores.“Num
Serviço Nacional de Saúde em que a fragilidade e a violência são uma
realidade, as autoridades competentes têm a obrigação ética e jurídica
de fazer mais para proteger e cuidar de quem trata e cuida de todos
nós”, sublinha o bastonário.A OM lembra
que, de acordo com dados da plataforma Notifica, da Direção-Geral da
Saúde, entre janeiro e outubro deste ano foram notificadas 752 situações
de violência contra profissionais de saúde. Este número corresponde a um aumento de 4% de episódios de violência face ao período homólogo de 2020.Uma
mulher de cerca de 50 anos agrediu na madrugada de segunda-feira uma
médica nas urgências do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, o
que levou a administração a apresentar queixa ao Ministério Público.A
participação, também confirmada pela PSP do Porto, decorreu do facto de
uma mulher a aguardar para ser atendida ter, “após uma troca de
palavras cerca das 04:00 com uma médica, agredido a mesma”, disse à Lusa
fonte hospitalar.No ato da agressão,
acrescentou a fonte, a utente “utilizou as agulhas de crochê que tinha
mão” e que utilizara até então “para fazer crochê enquanto aguardava ser
atendida”.A fonte disse à Lusa que a mulher deu entrada no hospital “cerca da meia-noite e que lhe foi atribuída “uma pulseira verde”.Foi
chamado ao local o agente da PSP de serviço no hospital, para tomar
conta da ocorrência, informação que serviu de base para a queixa
entretanto apresentada.A utente voltou,
entretanto, às urgências daquele hospital, alegando estar sob “grande
ansiedade”, tendo sido atendida, acrescentou a fonte, precisando que o
hospital “não pode negar atendimento a ninguém”.