Ordem dos Médicos apela para que Governo evite rutura grave nas urgências
27 de set. de 2023, 11:03
— Lusa/AO Online
“Sem médicos não há SNS”,
alerta o bastonário da OM, Carlos Cortes, em comunicado, elucidando que
se está “a entrar no período mais difícil do ano, o inverno, com um
grande aumento de afluência aos Serviços de Urgência que, este ano,
estão longe de estarem preparados”.A Ordem
dos Médicos sublinha que a degradação das condições de trabalho e a
incapacidade de dotar o SNS de uma estrutura em recursos humanos
adequada, perante “a total passividade do Governo, em particular do
ministro das Finanças e do ministro da Saúde, estão a comprometer a
qualidade dos cuidados de saúde prestados e a segurança dos doentes em
vários hospitais, de norte a sul do país”.“O
Governo, e em particular o ministro das Finanças, deve mostrar mais
sensibilidade para o setor, reconhecendo as necessidades do SNS, o
importante papel dos médicos e, sobretudo, investir na valorização de
uma medicina humanizada em que os médicos possam desenvolver
adequadamente o seu papel. Sem esta valorização, sem as condições
mínimas, vamos continuar a assistir a uma degradação acelerada do SNS,
com prejuízo para a saúde dos doentes”, defende Carlos Cortes. Para o bastonário, “não há mais tempo a perder, não pode haver mais incompreensão e inatividade”.Perante
esta situação, a OM apela para que o Governo crie as condições
necessárias para o SNS voltar a funcionar e manifesta a sua
solidariedade com “todos os médicos que manifestaram a sua
indisponibilidade para continuar a trabalhar em condições indignas e
inaceitáveis, em serviços com falta de recursos e de meios para dar uma
resposta apropriada aos doentes que recorrem ao SNS”.Para
Carlos Cortes, “é urgente estabelecer um diálogo profícuo e
consequente, e dar condições aos médicos para o exercício da sua
profissão”. “Neste momento difícil que o
país atravessa na saúde, os médicos trabalham horas a mais, sem
descanso, em equipas reduzidas, muitas vezes em condições insuficientes e
indignas, sem que se vislumbre a necessária valorização da sua
carreira, condições de formação e de dignificação”, lamenta o bastonário
dos médicos.