Ordem dos Enfermeiros quer reforço de profissionais nos Açores
Covid-19
29 de abr. de 2020, 16:29
— Lusa/AO Online
"Com a questão da organização que
foi necessária ao nível dos serviços, ficou bem patente que há uma
lacuna ao nível de enfermeiros na região, fundamentalmente nos lares",
disse à agência Lusa o presidente do conselho diretivo da Ordem dos
Enfermeiros nos Açores, Pedro Soares. A
Ordem dos Enfermeiros é uma das entidades às quais o Governo dos Açores
pediu para contribuir no roteiro "Critérios Para Uma Saída Segura da
Pandemia Covid-19".Pedro Soares sublinhou
que os enfermeiros que prestam apoio em lares de idosos fazem-no "muitas
vezes em regime de 'part-time'", uma vez que não existe "grande aposta"
em "equipas fixas" nessas instituições. O
presidente da Ordem dos Enfermeiros nos Açores destacou que também
existe a "necessidade de aumentar a enfermagem" no Serviço Regional de
Saúde. A Lusa teve acesso à missiva que a
Ordem dos Enfermeiros na região enviou com os seus contributos para o
roteiro do Governo dos Açores. "Nos poucos
meses em que já levamos de pandemia, ficou claro que os mesmos [os
recursos humanos], pelo menos no que se refere ao número de enfermeiros,
não são suficientes para garantir os adequados cuidados de saúde à
população açoriana", lê-se na carta enviada pelos enfermeiros ao
executivo regional. No documento, a Ordem
diz ser "imperioso" monitorizar o Serviço Regional de Saúde, para a
"definição de circuitos seguros e diferenciados" entre os doentes com Covid-19 e os restantes. A Ordem defende
também a monitorização dos meios humanos nos serviços públicos de saúde
nos Açores para a "definição de um plano de ação", que garanta a
"existência de dotações seguras de profissionais de saúde" nos centros
de saúde e hospitais da região. Os
enfermeiros pedem também a introdução de medidas para permitir o
"reagendamento da atividade cirúrgica adiada", dando o exemplo da
realização de consultas e da prestação de cuidados de saúde primários. "Nós
achamos que é muito importante voltarmos a pegar nos doentes 'não
covid' para as consultas e na assistência ao nível da saúde comunitária a
estes doentes. Fazer um pouco o retrocesso e tentarmos perceber o que
de certa maneira ficou em 'stand by'", explicou Pedro Soares à Lusa.