Ordem critica ausência de serviço de psicologia autónomo no hospital de Ponta Delgada
5 de set. de 2024, 10:35
— Lusa/AO Online
“Achamos
bastante incompreensível como é que a organização dos serviços de
psicologia em Ponta Delgada ainda não está de acordo com as práticas que
há muito tempo preconizamos e que têm sido implementadas no continente,
garantindo uma autonomia funcional”, afirmou à agência Lusa Francisco
Miranda Rodrigues, que está de visita aos Açores.Após
uma visita da Ordem dos Psicólogos ao Hospital Divino Espírito Santo
(HDES), em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, o bastonário alertou que o
“trabalho dos psicólogos não está organizado num serviço com autonomia”
na maior unidade de saúde dos Açores.Francisco
Miranda Rodrigues defendeu que os psicólogos na área da saúde têm um
trabalho “bastante amplo e transdisciplinar” que “não é compatível com
uma dependência” de um “determinado departamento ou serviço dentro de
uma unidade de saúde”.“Isso, claramente, é
algo que importa, rapidamente, a bem dos utentes, que seja feito. É
matéria de organização dos serviços, mas que tem impacto. Pode não se
ver tanto, mas tem impacto no serviço que é entregue às pessoas”,
insistiu.O bastonário da Ordem dos
Psicólogos, que também visitou Santa Maria, elogiou o reforço de
profissionais na unidade de saúde da ilha, mas lamentou que outras áreas
tenham ficado "a descoberto”, exemplificando com o polo de prevenção de
violência doméstica, que “deixou de ter uma psicóloga”."Se
tivermos de ter profissionais a fazer atendimentos a pessoas que são,
simultaneamente, a vítima e o agressor, temos um problema. Para que isso
não aconteça, têm de ser tomadas algumas medidas”, alertou,
salientando, também, que a Escola Básica e Secundária de Santa Maria
necessita de um reforço de psicólogos.Francisco
Miranda Rodrigues defendeu que a realização de intervenções à distância
pode resultar num “benefício grande para as populações”, uma vez que
poderá evitar conflitos de interesse e colmatar a ausência dos
profissionais.“Julgo que está na altura,
sobretudo em territórios com estas características, em algumas
circunstâncias, adotar algo que é uma prática hoje no mundo, que é a
existência da intervenção à distância. Tem é de se garantir que tal seja
possível ao nível técnico e de segurança”, sugeriu.