Orçamento da Povoação "virado para famílias e empresas" ascende a 10 ME
19 de dez. de 2022, 13:24
— Lusa/AO Online
"É um orçamento muito
virado para se encarar os dias de incerteza que vêm em 2023", disse o
presidente da autarquia, Pedro Melo (PS), em declarações à agência Lusa.Segundo
o presidente da Câmara da Povoação, na ilha de São Miguel, o orçamento
para 2023 foi aprovado por maioria em Assembleia Municipal, "com 15
votos favoráveis do PS, quatro votos contra da bancada 'Mais Povoação' -
coligação CDS e PSD – e uma abstenção do presidente da Junta de
Freguesia de Nossa Senhora dos Remédios".O
orçamento da autarquia da Povoação para 2023 ascende a 10,6 milhões de
euros e, em 2022, "rondou sensivelmente os mesmos valores", adiantou.De
acordo com Pedro Melo, o orçamento municipal para 2023 "é o 14.º que o
executivo levará a cabo sem qualquer aumento de impostos, taxas e
serviços aos munícipes". “No país, não sei
se haverá outra câmara a adotar este tipo de atitude”, assinalou,
vincando que tal é possível fruto de "um esforço enorme junto com a
população". Para 2023 estão contemplados
vários montantes para obras, entre as quais a construção do pavilhão
para a recolha seletiva intervenções na rede viária, a modernização
tecnológica, requalificação do jardim municipal, os planos de emergência
para enxurradas e movimentos de vertente e a segunda fase de
requalificação da orla marítima da vila da Povoação, entre outras.Pedro
Melo adiantou ainda que o documento contempla apoios para bolsas de
estudo para estudantes universitários, para desenvolvimento de
atividades desportivas e recreativas e para eventos e promoção do
destino turístico.Outra das medidas passa
por "devolver 50% da participação do IRS aos sujeitos passivos com
domicílio fiscal no município" e na habitação apoiar os casais jovens e a
recuperação de casas degradadas, referiu.O autarca disse também que o orçamento para 2023 contempla o apoios aos idosos, com senhas para a medicação."Vamos
gerir a dívida a terceiros, não aumentar impostos ou taxas e promover a
redução adicional do IMI para as famílias com filhos a cargo, tal como
tem sido hábito em outros anos", sustentou.Pedro
Melo disse que a dívida total da Câmara "é de 3,8 milhões de euros",
dos quais "2,1 milhões de euros se referem ao encargo transitado das
empresas municipais, absorvido pela autarquia". "De outro modo, a dívida camarária seria apenas de 1,5 milhões de euros", segundo a autarquia.O
autarca explicou que, "por terem optado por outra solução que não a do
reequilíbrio financeiro, o executivo já conseguiu, em 14 anos, deixar
nos bolsos dos povoacenses nove milhões de euros que seriam taxados e
cobrados por exigência do próprio reequilíbrio"."Ao nível do IMI, se fossemos pelo reequilíbrio, teríamos de aplicar a taxa máxima", explicou à Lusa.O
vereador do PSD Francisco Gaspar considerou estar-se perante um
orçamento que “vai ao encontro da manutenção do poder do executivo”
socialista e que “não contempla devidamente áreas fulcrais”,
nomeadamente o emprego, habitação e juventude.“O
documento que foi aprovado vem na linha dos orçamentos anteriores, o
que acaba por ser uma gestão já gasta, que tem vindo a empobrecer o
concelho sistematicamente, empobrecendo as pessoas e deixando de criar
dinâmicas empresariais para as empresas”, apontou o vereador
social-democrata, em declarações à Lusa.Francisco
Gaspar disse também que “não foi realizada, como tem sido habitual, a
auscultação à oposição, bem como as juntas de freguesia e à população em
geral” para promover “um orçamento participativo”.