Orbán condiciona apoio a Rutte à retificação dos ataques à “honra” húngara
NATO
6 de jun. de 2024, 18:18
— Lusa/AO Online
"Não
há político ocidental com pior reputação na Hungria do que o Sr. Rutte.
Disse duas frases que o povo húngaro não o perdoará", afirmou Viktor
Orbán numa entrevista publicada pelo portal pró-Governo Mandiner, em
relação a um potencial apoio de Budapeste à candidatura de Rutte à
liderança da NATO.Orbán criticou o ainda
primeiro-ministro neerlandês por ter dito em 2021 que a Hungria não
tinha lugar na União Europeia (UE) e que o país tinha de ser posto de
joelhos, por ter aprovado uma lei que ligava a homossexualidade à
pedofilia.“Com esta frase é difícil colocar-se entre os candidatos apoiados pela Hungria”, disse Orbán.O
primeiro-ministro húngaro lembrou que, neste momento, apoia a
candidatura do Presidente romeno, Klaus Iohannis, para liderar a NATO,
mas esclareceu que se Rutte quer o seu apoio deve fazer duas coisas.A primeira, frisou Orbán, é uma “questão de honra” em relação às frases proferidas pelo político neerlandês.“Está
a pedir a confiança da Hungria para essa posição, por isso esperamos
que ele dê um passo em frente e diga alguma coisa sobre isso”, disse o
chefe do Governo húngaro, sem especificar mais.A
segunda condição de Orbán é chegar a um acordo com o próximo
secretário-geral da NATO para que a Hungria não participe nas operações
da Aliança Atlântica contra a Rússia na Ucrânia.“Não
participaremos nas operações da NATO contra os russos na Ucrânia, nem
mesmo como membros da Aliança”, assegurou o primeiro-ministro húngaro.Orbán
é encarado como o principal aliado de Moscovo entre os líderes da UE e
da Aliança e recusa apoiar militarmente a Ucrânia face à agressão russa e
as sanções de Bruxelas que visam os interesses russos, embora acabe
sempre por apoiar as medidas sancionatórias nas votações no Conselho
Europeu.A Hungria bloqueou a entrada da
Suécia na NATO durante dois anos, até março passado, e foi o último país
da Aliança a ratificá-la.A nomeação do novo secretário-geral da NATO tem de ser aprovada pelos atuais 32 membros da Aliança.Mark Rutte reúne os apoios dos países mais influentes da NATO, nomeadamente os Estados Unidos e o Reino Unido.