Opositor venezuelano Edmundo González Urrutia já está em Espanha
9 de set. de 2024, 14:19
— Lusa/AO Online
Segundo o Ministério
dos Negócios Estrangeiros, González, que viajou acompanhado da mulher e
do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Globais, Diego
Martínez Belío, foi recebido pela secretária de Estado para a América
Latina e Espanhol no Mundo, Susana Sumelzo."A
partir de agora terão início os procedimentos para o pedido de asilo,
cuja resolução será favorável no interesse do compromisso de Espanha com
os direitos políticos e a integridade física de todos os venezuelanos,
especialmente dos líderes políticos", refere a nota do Ministério.O político
venezuelano Edmundo González Urrutia, que a oposição diz ter vencido as
presidenciais de 28 de julho, deixou na noite do passado sábado a Venezuela em
direção a Espanha, anunciou a vice-presidente do país, Delcy Rodríguez.Numa
publicação na rede social Instagram, a responsável explicou que, "após
os contactos pertinentes entre ambos os governos, cumpridas as
diligências necessárias e em conformidade com o Direito internacional, a
Venezuela concedeu os salvo-condutos necessários, no interesse da paz e
da tranquilidade política do país".Antigo
embaixador da Venezuela na Argentina e na Argélia, Edmundo González
Urrutia, 75 anos, aceitou ser candidato nas presidenciais de 28 de julho
de 2024, em substituição da líder opositora María Corina Machado,
desqualificada pelas autoridades e impossibilitada de exercer cargos
públicos durante 15 anos.A 03 de
setembro, um tribunal venezuelano especializado em crimes relacionados
com terrorismo emitiu um mandado de prisão para González Urrutia.O
ex-candidato é acusado pelo Estado de ter alegadamente cometido os
crimes de "usurpação de funções", "falsificação de documentos públicos",
"instigação à desobediência das leis", "conspiração", "sabotagem, danos
no sistema e associação [para cometer crimes]".O
Ministério Público pediu à justiça que emitisse um mandado de prisão
para González Urrutia depois de este não ter comparecido a três
convocatórias.O político devia prestar
declarações no âmbito de uma investigação relacionada com a publicação
de uma página na Internet em que a principal coligação da oposição -
Plataforma Unitária Democrática (PUD) - afirma ter carregado "83,5% das
atas eleitorais" recolhidas por testemunhas e membros das mesas de voto.A
PUD divulgou as atas, que o executivo, por sua vez, qualificou de
falsas, depois de o Conselho Nacional Eleitoral ter proclamado Nicolás
Maduro como vencedor das eleições.A
vitória do atual Presidente foi questionada por vários países, alguns
dos quais apoiam a afirmação de que González Urrutia ganhou a liderança
do país.Os resultados eleitorais têm sido
contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de
segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400
detenções, 27 mortos e 192 feridos.O
regime de Caracas diz estar em curso um golpe de Estado, mantendo
polícias e militares nas ruas, para controlar os manifestantes, e pediu à
população que, de maneira anónima e através da aplicação VenAPP,
denuncie quem promove os protestos.