Oposição viabiliza Plano e Orçamento da Câmara da Horta para 2018
21 de dez. de 2017, 08:40
— Lusa/AO Online
O debate na
Assembleia Municipal, que se prolongou por mais de quatro horas,
revelou, no entanto, alguma dificuldade no diálogo entre o município
faialense, gerido há 28 anos consecutivos por autarcas do PS, e as
bancadas do PSD e do CDS-PP, que passaram agora a ter maioria após as
eleições autárquicas de outubro."Acabou-se
o tempo do quero, posso e mando! A partir de agora, o Partido
Socialista e a sua câmara terão de ser consequentes com as suas
atitudes", advertiu José Souto Gonçalves, líder da bancada do PSD na
Assembleia Municipal, queixando-se da pouca abertura manifestada pelo
presidente da Câmara, José Leonardo Silva, para aprovar propostas da
oposição.O
autarca socialista, que foi reconduzido para um segundo mandato nas
últimas eleições, recusou, no entanto, estas críticas, garantindo que
algumas das propostas da oposição estavam contempladas no Plano e
Orçamento para 2018, mas recordou que foi o manifesto eleitoral do PS
que foi sufragado pelos eleitores."O
senhor está a dizer que a Câmara vai fazer aquilo que o senhor quer?
Não! A Câmara apresentou um projeto aos faialenses e por isso é que eu
disse que, no meu projeto, não mudo uma vírgula" insistiu José Leonardo
Silva.Apesar
do aceso debate que se gerou em torno das propostas de Plano e Orçamento
para 2018, os quatro partidos da oposição na Assembleia Municipal da
Horta abstiveram-se na votação final dos documentos, que foram aprovados
apenas com os votos a favor da bancada do PS.José
Decq Mota, antigo líder regional do PCP e ex-vereador da autarquia, que
agora ocupa o cargo de deputado municipal pela CDU, já tinha chamado a
atenção, no início da reunião, para o novo cenário político que existe
na Assembleia Municipal e para a necessidade de se gerarem "consensos"."Este
vai ser o primeiro Plano e Orçamento aprovado com esta composição, e
para serem aprovados mais três [2019, 2020 e 2021], temos de afinar
muito o funcionamento entre os vários grupos municipais e os dois órgãos
autárquicos", advertiu o autarca comunista.O
Plano e Orçamento da Câmara da Horta para 2018, no valor global de 15
milhões de euros, prevê 7,5 milhões para investimento, verba que será
aplicada, entre outras, nas obras do centro de acolhimento empresarial e
na Frente-Mar da cidade, que vai permitir requalificar a marginal e a
zona histórica.