Oposição parlamentar nos Açores ainda não definiu sentido de voto sobre Orçamento
8 de nov. de 2019, 09:28
— Lusa/AO Online
Apenas a bancada da maioria socialista, que
suporta o executivo, garante o seu apoio aos documentos, que estão em
apreciação no parlamento açoriano, e que serão debatidos e votados na
última semana de novembro em plenário, na cidade da Horta. “Estamos
muito satisfeitos com estas propostas de Plano e Orçamento, que
revelam, claramente, ambição por parte do Governo e um rumo certo para
os Açores”, realçou José San-Bento, vice-presidente da bancada do PS, em
declarações aos jornalistas, destacando a “dimensão social” dos
documentos, com a aposta clara em setores como a Educação e a Saúde.Apesar
do elogio às propostas de Plano e Orçamento para 2020, o deputado
socialista referiu que o seu partido está disponível para apreciar
“todas as propostas” de alteração dos partidos da oposição, desde que
tenham “mérito”. Visão diferente tem Luís
Maurício, líder parlamentar do PSD, partido que vai reunir-se em
jornadas parlamentares na próxima semana, para só depois definir o seu
sentido de voto em relação ao Plano e Orçamento, embora vá já lançando
críticas aos documentos.“Estes Plano e
Orçamento representam uma continuidade em relação àquilo que foi o
conteúdo de planos anteriores”, lembrou o parlamentar social-democrata,
lamentando que a região continue a “não convergir” com o país e com a
União Europeia, sem benefícios para os açorianos. Também
Artur Lima, do CDS, ainda não definiu o sentido de voto do seu partido
em relação ao Plano e Orçamento para 2020, e adiantou que isso vai
depender da aceitação da maioria socialista, em relação a propostas de
alteração que irá apresentar.“Analisamos
sempre as propostas com cuidado e depois decidimos o nosso sentido de
voto na discussão dos documentos em plenário, porque temos uma oposição
construtiva: sabemos analisar o que é positivo e sabemos criticar o que é
negativo”, frisou o parlamentar centrista. António
Lima, do BE, entende que ainda é cedo para revelar o sentido de voto do
seu partido em relação a estes documentos, embora refira já que o Plano
e o Orçamento traçam um rumo que não é o desejado pelo Bloco.“Parece-nos
que este Plano e Orçamento são documentos de continuidade das políticas
deste governo socialista, que não tem mudado a nossa economia, não tem
combatido, de forma adequada, as desigualdades sociais, e isso vê-se
pelos níveis de pobreza nos Açores e pelos níveis de precariedade
laboral e pelos salários”, lamentou o parlamentar bloquista, que entende
ser necessário um “novo rumo” para o arquipélago.João
Paulo Corvelo, deputado do PCP, mostra-se igualmente cauteloso, nesta
altura, indicando que quer aguardar primeiro para saber qual será a
aceitação da maioria socialista para algumas propostas que o seu partido
vai apresentar.“O PCP não abdica das suas
propostas, ao nível da melhoria dos transportes marítimos, por exemplo,
ou do acréscimo ao salário mínimo regional e de diminuição dos encargos
e das despesas das famílias açorianas”, explicou o parlamentar
comunista, que faz depender o seu sentido de voto da aceitação destas
propostas por parte da bancada do PS.O
deputado do PPM, Paulo Estêvão, não quis, para já, pronunciar-se sobre
as propostas de Plano e Orçamento, que diz estar ainda a analisar.O
Orçamento dos Açores para 2020, entregue na semana passada na
Assembleia Legislativa da Região, tem um valor global de 1.812 milhões
de euros, dos quais 207 milhões dizem respeito a operações
extraorçamentais e 558 milhões de euros são adjudicados às despesas do
Plano de Investimentos.Contemplando um
investimento público de 816,4 milhões de euros (558 milhões da
responsabilidade direta do Governo Regional), o Plano prevê para 2020 um
crescimento do investimento total de cerca de 51 milhões euros e um
aumento no investimento direto no valor de 44,8 milhões de euros, na
comparação com 2019.No ano passado, na
votação para o Orçamento de 2019, CDS e PCP votaram favoravelmente o
documento ao lado do PS, depois de verem introduzidas propostas de
alteração ao texto.