Oposição nos Açores quer melhor Saúde e desvaloriza saída de secretário regional
2 de jul. de 2019, 09:37
— Lusa/AO Online
No
domingo, o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, transmitiu
ao Representante da República para a região o nome de Maria Teresa da
Silveira Bretão Machado Luciano como nova secretária regional da Saúde,
sendo que o até agora secretário da pasta no XII Governo dos Açores, Rui
Luís, "deixa o cargo por motivos pessoais".Para o PSD, "independentemente das pessoas que ocupam os cargos, o que interessa é o desenvolvimento das políticas".De
acordo com o líder parlamentar social-democrata, Luís Maurício, é
necessário melhorar as "acessibilidades aos cuidados de saúde" na
região, com particular destaque às listas de espera e aos "prazos
inaceitáveis para consulta e cirurgia" que existem em "muitas
especialidades".À direita, o CDS é crítico com o nome escolhido por Vasco Cordeiro para integrar o executivo.Maria Teresa Luciano, diz o líder centrista dos Açores, Artur Lima, "tem um passado que não abona muito a um gestor público"."Parece-me
que foi uma má escolha do presidente do Governo [Regional] e revela uma
incapacidade de o PS ir buscar gente capaz à sociedade civil", o que já
sucedeu, no passado, advoga Artur Lima à agência Lusa, com os nomes
escolhidos para as administrações da SATA ou do Hospital de Angra.O
PS, partido que apoia o executivo e que tem maioria no parlamento dos
Açores, diz por seu turno que Maria Teresa Luciano é "alguém que dá
garantias" pelo "trabalho realizado ao serviço da região".A
mudança operada, diz o líder parlamentar do PS, Francisco César, pode
ser encarada de "duas formas: há quem prefira olhar para trás, mas nós
achamos que é uma oportunidade de olhar para a frente" e melhorar o que
deve ser melhorado para "continuar a melhorar e servir os cidadãos".O
Bloco de Esquerda, pelo deputado e coordenador na região António Lima,
diz que, na atual legislatura, os "problemas neste setor mantiveram e
alguns até tiveram tendência a agravar-se"."Importa
discutir as políticas e a sub-orçamentação no setor da Saúde",
acrescenta o bloquista, que deixou ainda o desafio à nova secretária se
acompanha o anterior titular da pasta na abertura para eliminar na
região as taxas moderadoras.Pelo PCP, o deputado João Paulo Corvelo recusa "personificar" opiniões e lembra que "o que interessa são as políticas"."A
Saúde deve estar munida de meios técnicos e humanos suficientes para
ter um Serviço Regional de Saúde de qualidade para todos os açorianos",
acrescentou o parlamentar único dos comunistas no parlamento dos Açores.Já
o deputado do PPM, Paulo Estêvão, diz que "não foram apresentadas
soluções" neste setor pelo secretário que agora abandona o executivo e
Vasco Cordeiro é, neste momento, um político "sem soluções", advoga."Acho
que os açorianos começam a perceber. Uma coisa é ser presidente da
Juventude Socialista, outra coisa é ser presidente do Governo dos
Açores", declara o parlamentar único do PPM no hemiciclo açoriano.Maria
Teresa Luciano era atualmente presidente do Conselho de Administração
da Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel, tendo sido antes vogal do
Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve, estrutura
constituída pelos hospitais de Faro, Portimão e Lagos."Com
larga experiência profissional na área da Saúde, foi ainda presidente
do Conselho de Administração da Saudaçor e diretora executiva dos
Agrupamentos de Centros de Saúde do Oeste Norte e da Amadora", destacou o
Governo dos Açores na nota enviada à imprensa no domingo.