Oposição nos Açores desiludida com audição de Vasco Cordeiro sobre a SATA
21 de dez. de 2018, 10:11
— Lusa/AO Online
O PSD, maior
partido da oposição, disse que Vasco Cordeiro não abordou nas mais de
três horas de audição sobre a transportadora aérea açoriana mais do que
"generalidades", sem identificar devidamente as causas para "os 200
milhões de euros que a SATA perdeu em dez anos"."Sem
um bom diagnóstico não há um bom prognóstico", vincou o deputado
António Vasco Viveiros, que durante a audição do presidente do Governo
dos Açores disse não encontrar "ligação" nem "relação" direta entre os
prejuízos em anos recentes da transportadora e mais-valias económicas,
por via da chegada de turistas de novos mercados aos Açores.Ainda
à direita, o chefe da bancada parlamentar do CDS/Açores, Artur Lima,
pediu estabilidade para a empresa açoriana, que "não pode estar a mudar
de administração de ano a ano", e precisa de uma "reestruturação
interna" que promova "gente capaz e competente"."A
primeira reestruturação que tem de se fazer na SATA é com gente
competente e capaz de levar a SATA a bom porto", disse na comissão de
inquérito ao setor público empresarial dos Açores, que ouviu hoje Vasco
Cordeiro.Pelo PPM, o deputado Paulo Estêvão mostrou-se dececionado pela "ausência de autocrítica"."Todas
as pessoas cometem erros, ninguém é perfeito. E nesta matéria, no
âmbito da SATA, é muito evidente que vossa excelência cometeu erros",
disse na comissão, dirigindo-se ao presidente do executivo açoriano.O
representante do PCP, João Paulo Corvelo, abordou o processo de
alienação de 49% da Azores Airlines, entretanto interrompido, mas que
terá um segundo concurso, para dizer que, para os comunistas, "a SATA
deve continuar na esfera pública e deve ser uma empresa bem gerida, que
deve aprender com os erros do passado".Já
o Bloco de Esquerda (BE), pelo deputado Paulo Mendes, abordou as "rotas
deficitárias" de anos recentes da transportadora aérea, advogando que
"a SATA deveria ter sido devidamente compensada por esse esforço".O
PS, partido que tem maioria absoluta no parlamento e que forma o
executivo, sustentou que Vasco Cordeiro se apresentou em sede de
comissão com "rigor"."Tudo
o que foi perguntado dentro do âmbito da comissão foi respondido pelo
presidente" do executivo, sublinhou o parlamentar Francisco César, que
lamentou "generalizações abusivas, citações fora do contexto ou omissões
de partes dos documentos" da parte de outras bancadas.Aos
jornalistas, no final dos trabalhos, Vasco Cordeiro sustentou que houve
"partidos que entraram com uma ideia formada" na comissão, num
"objetivo partidário e de ataque" ao Governo Regional e,
"surpreendentemente", também à SATA.