Oposição diz que 23 anos de governação PS nos Açores não resolveu desigualdades e Governo contrapõe
17 de out. de 2019, 19:29
— Lusa/AO online
Na
sequência de um debate de urgência sobre desigualdades sociais,
promovido na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, por iniciativa
do BE/Açores, o deputado do Bloco Paulo Mendes considerou que o problema
"persiste na região” e “aumenta em linha com a pobreza” numa sociedade
açoriana onde “subsistem traços feudais”.O
parlamentar disse que o Governo Regional “demonstra total incapacidade
para tomar medidas arrojadas” para atenuar a desigualdade, tendo
referido que a região “consolida-se como a mais desigual do país”.De
acordo com Paulo Mendes, os Açores são “a região do país com uma maior
percentagem de famílias a auferir até 6.790 euros por ano, ou seja, 8%
das famílias açorianas auferem de rendimentos até somente 480 euros”.Para
o deputado social-democrata Bruto da Costa, 23 anos de governação
socialista nos Açores e 4 mil milhões de euros de fundos comunitários
depois, gerou-se a região “mais desigual” do país e da Europa, o que
revela que as políticas e medidas adotadas “fracassaram no arquipélago”.De
acordo com o deputado ‘laranja’, “36% dos açorianos, em 2018,
encontravam-se em risco de pobreza”, números que, a par de outros
indicadores sociais, “indignam e envergonham”.A
deputada socialista Renata Botelho considerou que o BE/Açores “não tem
legitimidade para dar lições” nesta matéria ao PS e ao Governo Regional,
salvaguardando que o partido orgulha-se do património que tem nesta
matéria. Direcionando-se à bancada
social-democrata, relembrou palavras de um seu antigo líder, Álvaro
Dâmaso, que elogiou os progressos alcançados pela região.Já
o deputado do PPM/Açores Paulo Estevão considerou que o socialismo na
região “desenvolve políticas assistencialistas que promovem
dependências”, enquanto o PS “não consegue resolver um problema de 23
anos numa região com capacidades de desenvolvimento”.Na
sua opinião, os resultados alcançados pela governação socialista “não
são significativos” porque foi-se "incapaz de derrubar o monstro que é a
desigualdade", que se “continua a incrementar na região”.A
centrista Catarina Cabeceiras destacou que, comparativamente com o todo
nacional, os dados de 2017 "continuam a atribuir à região um dos
lugares da cauda do risco de pobreza", o que "quer dizer que um em cada
quatro dos açorianos vivem em inequívoca privação".A região é mesmo uma parcelas do país "com maior desigualdade de distribuição de rendimentos", de acordo com a deputada.A
secretária regional da Solidariedade Social, Andreia Cardoso, apontou
vários indicadores sociais em que, na sua leitura, se registaram
progressos no combate das desigualdades sociais, e citou estatísticas
que apontam que “há mais 7.048 açorianos a trabalhar do que no início
desta legislatura", sendo que a população empregada "atingiu o maior
valor de sempre desde 1985 na região”.De
acordo com a governante, este é um “sinal de que as políticas de emprego
têm vindo a melhorar substancialmente e as empresas começam a sair da
situação instável em que se encontravam e a contratar mais”, o que se
traduz em “mais rendimento”.“Existe na
região um quadro de instrumentos de redistribuição de recursos que
respondem a essa necessidade, de que são exemplos o valor acrescido de
5% do salário mínimo face ao salário mínimo nacional, o Complemento
Regional de Pensão, que em 2018 representou um apoio suplementar a cerca
de 33 mil idosos, num investimento total de 25,5 milhões de euros",
disse a secretária regional.A governante
destacou ainda o Complemento Regional ao Abono de Família de crianças e
jovens, que "se traduziu em 2,5 milhões de euros distribuídos por 35 mil
crianças e jovens", ou o apoio na aquisição de medicamentos, o
COMPAMID, que apoiou "mais de cinco mil açorianos em quase um milhão de
euros”.