Operadores marítimos dos Açores querem rever critérios de sistema de incentivos
17 de nov. de 2022, 14:18
— Lusa/AO Online
Os
operadores marítimos, que se reuniram na quarta-feira com o diretor
regional do Empreendedorismo e Competitividade - tendo em agenda o
Programa Operacional dos Açores 2030 (POA) -, referem que “o subsistema
de incentivos para o fomento da base económica de exportação, ao abrigo
do programa COMPETIR+, permitiu apenas apoio à aquisição de embarcações
com capacidade mínima de 50 passageiros, com limite absoluto de um
milhão de euros”.De acordo com uma nota de
imprensa da AOMA, a introdução destes critérios no regulamento
“bloqueou o acesso os apoios comunitários à maioria grande dos
operadores dos Açores”, salvaguardando-se que o setor “é composto por
micro/pequenas empresas, que operam embarcações de pequena escala, em
operações condicionadas à sazonalidade e ritmos diferenciados da
procura”.Segundo a AOMA, o critério da
dimensão para elegibilidade nos projetos “foi desajustado e grande parte
dos operadores ficaram de fora, contemplando grandes 'players'”.“Isso
gerou situações de desigualdade na concorrência e na competitividade no
setor, empurrando, quiçá, o nosso destino, que se quer sustentável,
para um tipo de turismo mais massificado. A reprogramação do futuro
PO-2030 deve ter em conta a necessidade de corrigir aquele critério”,
defendem os operadores marítimos.Na
sequência de reuniões preparatórias do POA 2030, “surgiram notícias do
Governo Regional dos Açores querer eliminar os apoios ao investimento
das motorizações de combustão, canalizando-os exclusivamente para
equipamentos elétricos", fato que "seria desastroso para esta economia
do mar”.A associação reconhece a
“importância descarbonização da economia”, mas sublinha a “necessidade
de continuar a investir na modernização dos operadores marítimo
turísticos dos Açores como alavanca de uma oferta turística cada vez
mais diferenciada, inovadora e com maior valor acrescentado”.Este fator “contribui para estadias mais longas e para gastos por turistas mais elevados”.Para
a AOMA, o estado atual da tecnologia, em particular das soluções
profissionais elétricas de utilização em ambiente marítimo com as
características ‘off-shore ‘ do arquipélago, “são manifestamente
insuficientes para viabilizar, nos próximos anos, a sua integração nas
operações marítimo-turísticas”. A
associação defende que o PAO 2030 “tem que acautelar a modernização e
qualificação da frota marítimo-turística da região, estendendo o apoio
ao investimento em embarcações de trabalho com capacidade inferior a 50
passageiros”.Os operadores marítimos
querem que seja “acautelada a avaliação dos resultados económicos e
financeiros dos investimentos realizados, inclusive na criação de postos
de trabalho, impacto na atratividade no desenvolvimento local,
diferenciação da oferta regional e na geração de valor para as
comunidades”.