Operadores marítimo-turísticos queixam-se de discriminação por parte do Governo dos Açores
7 de jul. de 2022, 17:50
— Lusa/AO Online
“Depois de dois anos de pandemia,
na qual o setor do turismo foi profundamente afetado, no mundo, no país
e na região, os empresários do setor marítimo-turístico esperavam mais
solidariedade e melhor ação do Governo dos Açores. Uma infeliz ilusão...
quando se constatam anúncios de medidas de mitigação, agora também
ampliados pela guerra na Europa e consequências da inflação, que
penalizam os fatores de produção”, lê-se numa nota da Associação dos
Operadores Marítimos dos Açores (AOMA).Na
nota, a associação considera que, “prova disso, foi a publicação em
Jornal Oficial do apoio de um milhão e 400 mil euros à frota atuneira
açoriana para minimizar os prejuízos provocado pelo aumento do preço dos
combustíveis, que o Governo dos Açores vai conceder, quando para o
setor da marítimo-turístico não há qualquer apoio”.A
associação manifesta o seu “veemente protesto pela desconsideração do
Governo Regional quanto aos problemas da animação turística no mar,
designadamente no que respeita ao aumento exponencial dos custos do
combustível nas atividades que incluem o mergulho, o ‘whale watching’, a
pesca turística, entre outras”.A AOMA
recorda que já havia manifestado o seu “desagrado junto do Governo
Regional por não terem sido incluídas as embarcações profissionais na
redução dos valores das taxas unitárias do Imposto sobre Produtos
Petrolíferos [ISP] aplicáveis, na Região Autónoma, à gasolina sem chumbo
e ao gasóleo rodoviário numa discriminação inaceitável”. “Em
abril e maio, esta associação recordou ao Governo Regional que 95% das
empresas da região são micro e pequenas empresas, que operam embarcações
com motores fora de bordo, que têm sido expostas ao aumento brutal,
mais de 60% , principalmente da gasolina”, referem os operadores
marítimo-turísticos dos Açores.A AOMA tem
vindo, entretanto, a solicitar ao executivo açoriano, “ainda sem
atendimento favorável, a equiparação do regime fiscal que se aplica ao
gasóleo-turismo, com isenção do ISP para as embarcações profissionais
que utilizam a gasolina”.A associação
destaca ainda a “injustiça que a situação propicia entre os operadores”
e, por outro, pelo facto de os motores a gasolina serem mais eficientes
energeticamente e na pegada ecológica. Além
disso, acrescenta, existe também um “aumento exponencial dos custos de
contexto”, nomeadamente múltiplas taxas aplicadas pelas entidades
gestoras das infraestruturas, “sem que haja melhoria significativa na
prestação do serviço e até desfasadas da realidade económica das
empresas e das receitas obtidas pelos operadores da região”.