Operação Stop da GNR nas portagens da A4 “prepara” Páscoa
3 de abr. de 2020, 16:34
— Lusa/AO online
Entre
as 15:00 e as 18:00, os militares estão a mandar parar os veículos para
conhecer a razão da deslocação e lembrar as medidas anunciadas pelo
Governo de combate à covid-19 e do dever especial de proteção a que cada
um deve submeter-se.À Lusa, o porta-voz
da GNR, capitão Bruno Rodrigues, insistiu ser preocupação da Guarda que
as pessoas "resumam as suas deslocações ao estritamente necessário,
evitando a propagação da covid-19", informando que aquela força policial
"estará no terreno todos os dias a efetuar ações idênticas a estas para
que as pessoas cumpram o recolhimento obrigatório".Questionado
sobre com que ideia ficaram dos condutores abordados na operação de
hoje e nas anteriores efetuadas, o porta-voz garantiu: "os cidadãos
estão a cumprir". Acrescentando que "as
pessoas que fazem deslocações têm motivos para o fazer", enfatizou a
mensagem da GNR tendo em vista a aproximação da quadra pascal."Aquilo
que esperamos para os próximos dias, devido às restrições que estão a
ser impostas, é que haja cada vez menos deslocações", disse.Alexandre
Silva, empresário, foi um dos automobilistas abordados no trajeto entre
o Porto e Gandra, onde reside, afirmando-se à Lusa de acordo com as
restrições avançadas pelo Governo no âmbito da renovação do estado de
emergência nacional. "Acho muito bem.
Estou de acordo", afirmou, apesar de se "sentir restringido pelas
medidas aplicadas", explicando a mistura de sensações com o facto de "ao
nível da empresa parte dos funcionários entrarem hoje em lay-off".Questionado
acerca da sua perceção sobre a forma como os portugueses estão a reagir
às restrições, o empresário entende que estão "a reagir muito bem", que
" há sempre exceções", mas que "no geral estão a reagir bem".Pouco
depois, Vanessa Coelho, estudante de mestrado de Paredes, foi também
mandada parar na operação, acedendo depois em falar à Lusa, começando
por admitir que as medidas anunciadas pelo Governo "vão fazer muita
diferença" no seu quotidiano, ou melhor, já fazem, acrescentando que o
encerramento de algumas empresas ao abrigo do estado de emergência lhe
interrompeu o estágio. "Encontrava-me a
estagiar, no âmbito do último ano do mestrado e, com as empresas
fechadas, vou ter de adiar a tese", lamentou a jovem, explicando que
apenas "uma parte desse trabalho é possível fazer em casa" durante a
quarentena, pois a "parte experimental tinha de ser nas máquinas da
própria empresa". E prosseguiu: "há uma mês que esta parte está interrompida". Sobre
o cumprimento das medidas anunciadas pelo Governo, Vanessa Coelho
referiu "que as pessoas estão a começar a ficar consciencializadas sobre
o perigo deste vírus e que só saem [de casa] quando veem que não há
outra opção ou que precisam de alguma coisa que não existe perto de
casa", como foi o "caso da viagem de hoje", que a obrigou a "ir às
compras ao Porto".