Operação logística da vacinação será “mais robusta” e centralizada
Covid-19
4 de dez. de 2020, 11:59
— Lusa/AO Online
"Em
termos de logística, está a ser preparada uma operação mais robusta do
que é habitual", afirmou Francisco Ramos durante a apresentação da
versão preliminar do Plano de Vacinação de Combate à covid-19, que
decorreu no Infarmed, em Lisboa.A vacinação contra a gripe, por exemplo, ocorre num processo descentralizado, regionalizado e próximo dos locais de vacinação.Ao
contrário, no caso da vacina contra a covid-19, esta nova operação será
centralizada, naquilo que o coordenador descreveu como "uma lógica de
comando e controlo".“Vamos manter,
certamente, a colaboração de todas essas entidades [que habitualmente
estão envolvidas na vacinação], mas devido aos ‘timings’ e à relevância
de todo este processo a proposta é que haja um comando central no
Ministério da Saúde, naturalmente com a direção técnica a cargo da
Direção-Geral da Saúde”, explicou.Segundo
Francisco Ramos, a ‘task-force’ vai apoiar também essa gestão, através
da colaboração das Forças Armadas, das forças de segurança e dos
serviços de inteligência.“O que estamos a
fazer é, exatamente, a delinear todas as operações com o detalhe que for
possível e desejável para termos a garantia que quando houver vacina
saibamos exatamente o que vai acontecer, desde a sua entrega a Portugal
até ao local de administração dessas vacinas”, acrescentou.Portugal
vai comprar mais de 22 milhões de doses de vacinas contra a covid-19,
no âmbito dos acordos entre seis farmacêuticas e a União Europeia, o que
representa um custo de 200 milhões de euros.Com
a farmacêutica Astrazeneca estão contratualizadas 300 milhões de doses,
6,9 milhões para Portugal, que tem também já garantidas cerca de 4,5
milhões de doses da Johnson & Johnson's, 4,5 milhões da
Pfizer/BioNTech e 1,8 milhões da Moderna.A
União Europeia já assinou também acordos com a farmacêutica Sanofi, da
qual vai receber 300 milhões de doses, e com a CureVac para 225 milhões
de doses, mas destas as doses para Portugal ainda não estão definidas,
recordou por seu lado o presidente do Infarmed, Rui Ivo.Durante
a apresentação, Rui Ivo falou também sobre algumas questões
metodológicas do processo de avaliação e aprovação das vacinas,
referindo que apesar de o processo ter sido encurtado e acelerado, o
nível de exigência da Agência Europeia do Medicamento não ficou
comprometido.“Esta avaliação implica que
após a verificação de que os dados que estão disponíveis são suficientes
para podermos concluir sobre a segurança, a eficácia e a qualidade das
vacinas”, explicou, acrescendo que ainda assim vão ser criados
mecanismos de monitorização contínua da utilização das vacinas.Rui
Ivo transmitia assim uma mensagem de confiança, que foi também
acompanhada pelo coordenador da ‘task-force’, que sublinhou a
importância da comunicação para gerar confiança na população em relação
às novas vacinas.Francisco Ramos referiu
ainda que é preciso compreender que o plano de vacinação hoje
apresentado foi desenvolvido ainda num cenário de incerteza e, por isso,
terá de ser permanentemente atualizado, de acordo com os últimos dados
que forem surgindo.