Operação Furacão começou há quatro anos e já permitiu recuperar cerca de 200 milhões de euros

17 de out. de 2009, 07:25 — Lusa/AO On line

Na avaliação do PGR, o processo envolvendo grandes empresas portuguesas em esquemas de evasão fiscal e branqueamento de capitais já deveria ter terminado. "O país, que não está muito bem economicamente, não pode estar suspenso por processos que se arrastam há anos nos tribunais", afirmou à agência Lusa o PGR, lembrando que uma empresa com um processo na Justiça perde o crédito e a credibilidade. As primeiras buscas no âmbito da Operação Furacão foram realizadas a bancos e escritórios de advogados a 17 Outubro de 2005, mas o início da investigação recua a Março de 2004. Fernando Pinto Monteiro disse ser contra os grandes processos e que as instruções actuais do Ministério Público são no sentido de evitá-los. Segundo o procurador-geral, o processo resultante da Operação Furacão foi repartido em 10 outros e agora "está perto do fim". "Depende dos investigadores oficiais. Peço-lhes, com insistência, que dêem fim ao processo", salientou. De acordo com Pinto Monteiro, quando o procedimento terminar serão arquivadas as acusações de sociedades, empresas e bancos que já pagaram as suas dívidas e cujos ilícitos não são muito graves. As outras empresas e sociedades, devido à gravidade das fraudes, serão acusadas. "O país não pode mais perder tanto tempo com isso", finalizou o PGR, em declarações à Lusa. A Operação Furacão, considerada a maior investigação em Portugal, incidiu simultaneamente em instituições financeiras e empresas de vários sectores de actividade, nomeadamente banca, construção civil e casinos, por práticas de evasão fiscal nos anos de 2003 a 2005, que terão lesado o Estado em mais de 200 milhões de euros