ONU procura resposta comum contra talibãs por obrigarem mulheres afegãs a usar burca
13 de mai. de 2022, 10:19
— Lusa/AO Online
Os
quinze Estados membros do Conselho reuniram-se à porta fechada para
abordar este novo ataque às mulheres no Afeganistão, que se soma a
outras restrições adotadas desde que os fundamentalistas retomaram o
poder."Agora está perfeitamente claro que
os talibãs não têm intenção de honrar os seus compromissos com a
comunidade internacional e com o povo afegão, particularmente com as
mulheres", disse aos jornalistas a embaixadora irlandesa nas Nações
Unidas, Geraldine Byrne Nason.A diplomata
considerou a imposição da burca "absolutamente deplorável" e considerou
que a comunidade internacional tem "a responsabilidade moral" de
responder."Temos de nos unir para condenar
as políticas que procuram excluir metade da população de um país da
vida pública", insistiu a representante da Irlanda, que, em conjunto com
o México, preside a um grupo informal de especialistas que dá apoio ao
Conselho de Segurança em questões relacionadas com as mulheres."Este
Conselho tem de falar rapidamente a uma só voz para condenar
inequivocamente as restrições anunciadas pelos talibãs", acrescentou a
representante suplente do México na ONU, Alicia Guadalupe Buenrostro.A
Noruega, que foi quem convocou a reunião de hoje, propôs um projeto de
resolução aos demais países, mas no final da reunião ainda estava a ser
discutido, segundo fontes diplomáticas.A
vice-embaixadora norueguesa, Trine Heimerback, disse aos jornalistas que
o seu país espera que o texto - que precisa de consenso - possa ser
aprovado nos próximos dias."As políticas
dos talibãs continuam a concentrar-se na opressão de mulheres e meninas,
em vez de abordar a crise económica", criticou Heimerback, observando
que seu Governo continuará a manter uma comunicação direta com as
autoridades “de facto” em Cabul para expressar a sua preocupação e
tentar alcançar mudanças.