ONU precisa de 1,22 mil M€ para ajudar migrantes e países anfitriões
Venezuela
13 de nov. de 2019, 18:37
— Lusa/AO Online
No
início do mês corrente, existiam cerca de 4,6 milhões de migrantes e
refugiados venezuelanos em todo o mundo, pessoas que saíram do país
desde 2015 para procurar proteção ou melhores condições de vida.Cerca
de 80% destas pessoas estão em países da região da América Latina e
Caraíbas, “sem perspetiva de um regresso a curto ou a médio prazo”,
frisaram as duas organizações da ONU, num comunicado conjunto.Se o atual ritmo de partidas se mantiver, as saídas deste país sul-americano poderão atingir os 6,5 milhões até final de 2020.Isso
representaria ultrapassar as 5,6 milhões de pessoas que fugiram da
Síria desde o início da guerra em 2011, segundo admitiram recentemente
as Nações Unidas.“O plano regional de
resposta a refugiados e migrantes 2020 (RMRP, na sigla em inglês) a ser
lançado na capital colombiana é uma ferramenta de coordenação e de
captação de fundos estabelecida e implementada por 137 organizações.
Estas estão a trabalhar em toda a região, com o objetivo de atingir os
cerca de quatro milhões de pessoas - incluindo refugiados e migrantes
venezuelanos e as comunidades anfitriãs - em 17 países”, explicaram a
OIM e o ACNUR. O RMRP 2020 é, segundo as
duas entidades, o resultado de um amplo processo de consultas no
terreno, que envolveu os Governos dos países anfitriões, sociedade civil
e organizações religiosas, comunidades e doadores locais, bem como os
próprios refugiados e migrantes.O plano
inclui ações em nove áreas classificadas como fundamentais: saúde;
educação; segurança alimentar; integração; proteção; nutrição; abrigos;
transporte humanitário e apoio de emergência, e água, saneamento e
higiene.A par desta resposta de
emergência, o RMRP 2020 coloca igualmente o foco na inclusão social e
económica dos refugiados e migrantes venezuelanos.“Só
através de uma abordagem coordenada e conciliada irá ser possível
responder eficazmente às necessidades de larga escala, que continuam a
aumentar e a evoluir à medida que a atual crise se adensa”, declarou o
representante especial da OIM/ACNUR para os refugiados e migrantes
venezuelanos, Eduardo Stein, citado no comunicado. O
antigo vice-presidente da Guatemala, nomeado representante especial da
ONU em setembro de 2018, referiu que, “apesar dos muitos esforços e
outras iniciativas”, a dimensão do problema “é maior do que a atual
capacidade de resposta”.“Por isso, é
necessário que a comunidade internacional duplique os esforços e as
contribuições para ajudar os países e as organizações internacionais a
responderem à crise", concluiu Stein.A
Venezuela, país que conta com cerca de 32 milhões de habitantes e com
uma significativa comunidade de portugueses e de lusodescendentes,
enfrenta um clima de grande instabilidade política, situação que se soma
a uma grave crise económica e social.