ONU pede transparência eleitoral e diz que painel de peritos continua o seu mandato
Venezuela
16 de ago. de 2024, 11:44
— Lusa/AO Online
O
porta-voz de António Guterres, Farhan Haq, disse na sua conferência de
imprensa diária que o documento provisório do painel "foi tornado
público sob a autoridade do secretário-geral como [parte de] um
procedimento normal em linha com as políticas de transparência" da
organização.Guterres “reitera o seu apelo à
transparência e incentiva a publicação dos resultados eleitorais e a
repartição por postos de voto” na Venezuela, acrescentou.“O
painel continua com os aspetos técnicos das próximas fases restantes do
processo eleitoral, de acordo com os seus termos de referência, e
entregará um relatório final ao secretário-geral”, que é confidencial,
especificou Haq, citado pela agência Efe.O
relatório provisório do painel de peritos da ONU conclui que as
eleições presidenciais venezuelanas careceram das “medidas básicas de
transparência e integridade que são essenciais para a realização de
eleições credíveis”.O Governo de Nicolás
Maduro descreveu na terça-feira os membros do grupo da ONU como “falsos
especialistas eleitorais” e acusou-os de espalhar “uma série de
mentiras”, enquanto a oposição destacou que o documento reforça a tese
que apoia a vitória da oposição candidato Edmundo González Urrutia.As
autoridades venezuelanas desacreditaram tanto o relatório do painel da
ONU como as alegações do Carter Center, tendo ambos sido convidados a
observar as eleições pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A
Venezuela mergulhou numa nova crise desde que o CNE proclamou a
reeleição do Presidente socialista Nicolás Maduro, resultado contestado
pela oposição que denuncia fraudes eleitorais e reivindica a vitória de
Edmundo Gonzalez Urrutia.O anúncio da
reeleição de Maduro para um terceiro mandato provocou manifestações de
protesto, com um número oficial de 25 mortos, 192 feridos e 2.400
detenções.