ONU pede informações a Espanha sobre armazém nuclear
12 de out. de 2017, 15:19
— Lusa/AO online
O PAN denunciou à Comissão Económica das Nações
Unidas para a Europa (UNECE) o incumprimento das Convenções de Espoo e
Aarhus na decisão do Governo espanhol de aprovar a construção de um
armazém de resíduos nucleares na central de Almaraz e de prolongar a
vida útil da Central Nuclear de Santa Maria de Garoña, na região de
Burgos. No seguimento dessas denúncias, "o Comité pediu
informações ao governo espanhol, sobre ambas as centrais, até dia 30 de
outubro", salienta o PAN.Segundo o partido, entre as informações
pedidas a Espanha sobre Almaraz pelo comité sobre a Avaliação dos
Impactes Ambientais num Contexto Transfronteiriço, a Convenção de Espoo,
estão a "planta, localização, parâmetros técnicos e atual ponto de
situação sobre o armazém de resíduos nucleares e o processo e resultados
do estudo de impacto ambiental transfronteiriço levado a cabo por
Espanha no planeamento desta atividade".Sobre a central nuclear
de Santa Maria de Garona, a ONU quer saber "o estado de operacionalidade
da central e os planos e passos seguintes do Governo" para a unidade,
acrescenta o PAN, em comunicado. A possibilidade de a central de
Almaraz, localizada junto ao rio Tejo e a cerca de 100 quilómetros da
fronteira portuguesa, ter licença para prolongar o funcionamento além de
2020 e a construção de um armazém para resíduos nucleares perto da
unidade, suscitou a oposição em Portugal e em Espanha.Além das
manifestações e protestos nos dois países, a construção do armazém, sem
dar conhecimento a Portugal, como estipulam convenções internacionais,
levou o Governo português a apresentar uma queixa à Comissão Europeia,
depois retirada, quando os dois países chegaram a acordo.Em
meados de junho, o PAN denunciou às Nações Unidas o incumprimento de
regras internacionais por Espanha ao não notificar Portugal do
prolongamento do funcionamento de uma central nuclear em Burgos, nem
realizar o estudo de impacto transfronteiriço. No início do ano,
o PAN tinha apresentado denúncias semelhantes, pela ausência de
consulta a Portugal - ao Governo e aos cidadãos -, e pela falta do
estudo de impacto ambiental transfronteiriço, na decisão de construir um
armazém de resíduos nucleares em Almaraz, a cerca de cem quilómetros da
fronteira portuguesa.