ONU considera ultrapassadas as quotas de 30% para a representação das mulheres
24 de out. de 2024, 17:27
— Lusa/AO Online
Num novo guia já publicado, o Comité das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação
contra as Mulheres (CEDAW, na sigla em inglês), defende que apenas uma
quota de 50% para homens e mulheres poderá ser aceitável para garantir
uma representação igual e inclusiva, uma medida que deve ser tida em
conta em qualquer órgão de decisão no setor público, no setor privado,
na política, na economia ou no mundo digital. A
falta de paridade nos Estados e na comunidade internacional, alertou o
comité, atrasa a resolução de problemas em todas as áreas, incluindo a
paz, a estabilidade política, o desenvolvimento económico, as alterações
climáticas e a adaptação aos avanços tecnológicos, como a inteligência
artificial.Os especialistas do CEDAW
recordaram que as mulheres detêm atualmente apenas 27% dos assentos nos
parlamentos nacionais, 35% dos cargos de governo local e 28,2% dos
cargos de liderança no mercado de trabalho, de acordo com dados da ONU
Mulheres.Em 2022, apenas 16% das mulheres
participaram em negociações de paz e apenas um terço dos acordos
alcançados neste âmbito incluíam textos dedicados à proteção de mulheres
e meninas, acrescentaram. Ao mesmo tempo,
“a participação das mulheres na política e no espaço público está cada
vez mais ameaçada devido às restrições às atividades de muitas
organizações e aos crescentes ataques e intimidações a políticos,
repórteres e defensores dos direitos humanos”.