ONU conclui primeira ronda de vacinação contra poliomielite em Gaza

13 de set. de 2024, 17:55 — Lusa/AO Online

“A primeira ronda da campanha de vacinação contra a poliomielite em Gaza terminou na quinta-feira”, declarou a agência, indicando que a administração da segunda dose acontecerá nos próximos dias.A Organização Mundial de Saúde (OMS) programou a primeira ronda – dividida em três fases – em três áreas geográficas (sul, centro e norte da Faixa) para chegar aos 640 mil habitantes de Gaza com menos de dez anos no território, após as autoridades sanitárias do enclave terem detetado em agosto o primeiro caso da doença em mais de 20 anos.Concluídas estas três primeiras fases, as agências da ONU planeiam realizar uma segunda ronda de imunizações no final deste mês para administrar a segunda dose e completar a vacinação dos menores.O exército israelita prometeu respeitar as pausas diárias nos combates para permitir o desenvolvimento da campanha, embora os trabalhadores humanitários tenham sofrido incidentes e atrasos.Um comboio da UNRWA que se dirigia para o norte de Gaza para continuar a terceira fase da primeira ronda de imunizações foi agredido e detido pelas tropas israelitas durante oito horas, durante as quais também foram disparados tiros.“O comboio foi detido sob a mira de uma arma logo após o posto de controlo (militar) de Wadi Gaza e (o exército israelita) ameaçou deter pessoal da ONU”, lamentou o chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, na rede social X.Hoje, a agência informou que a escola Jaouni em Nuseirat (centro de Gaza), que foi atingida na noite de quarta-feira por um bombardeamento israelita que matou 18 pessoas (incluindo seis trabalhadores da UNRWA), estava a funcionar na semana passada como centro de vacinação contra a poliomielite.A 16 de agosto, o Ministério da Saúde de Gaza confirmou o primeiro caso de poliomielite em 25 anos no enclave, num bebé de dez meses não vacinado que ficou paralisado pela doença.A poliomielite é uma doença altamente infecciosa que afeta principalmente as crianças pequenas e ataca o sistema nervoso. Pode causar paralisia e, em alguns casos, a morte.Após mais de onze meses de guerra, 41.100 pessoas morreram e outras 95.000 ficaram feridas no enclave palestiniano, segundo o governo do Hamas, onde muitos civis vivem em tendas sobrelotadas numa pequena área que Israel designou de “zona humanitária”, ao longo da costa sul de Gaza, que também é alvo de bombardeamentos ou ordens de evacuação.Muitos outros sobrevivem em bairros arrasados, rodeados de escombros e sem acesso a água corrente, eletricidade ou produtos básicos de higiene, e sob constante receio de ataques israelitas.