Ondas de calor na América são 35 vezes mais prováveis devido às alterações climáticas
20 de jun. de 2024, 10:41
— Lusa
O relatório de
especialistas da World Weather Attribution (WWA) refere que as
temperaturas extremas atingidas durante este episódio em maio e junho
nestas regiões têm agora quatro vezes mais probabilidade de se repetir
no clima atual do que há 25 anos.A WWA,
que avalia regularmente a ligação entre eventos climáticos extremos em
todo o mundo e as alterações climáticas, acrescenta que as ondas de
calor sempre aconteceram, mas as alterações climáticas, causadas por
mais de um século de queima de carvão, petróleo e gás, estão a torná-las
mais intensas e frequentes. O calor mata mais do que furacões ou inundações em todo o mundo. As temperaturas bateram recordes de calor no México desde março, causando a morte de pelo menos 125 pessoas. “Ainda não sabemos ao certo como aconteceram as mortes, mas foram causadas pelo calor”, sublinha. Para
estes especialistas, a utilização continuada de combustíveis fósseis e,
portanto, de emissões de gases com efeito de estufa, irá expor milhões
de pessoas a ondas de calor perigosas no futuro. Maio
de 2024 foi o mês de maio mais quente já registado em todo o mundo,
tornando-se o 12.º mês consecutivo a quebrar o seu próprio recorde, de
acordo com o Observatório Europeu Copernicus. A Grécia está a braços com a primeira onda de calor do ano, o que nunca ocorreu tão cedo em junho. A
Índia experimenta temperaturas escaldantes na estação quente, mas este
ano as ondas de calor foram excecionais, com recordes de temperatura. E
na Arábia Saudita, mais de 900 mortes foram registadas durante a grande
peregrinação anual muçulmana dos últimos dias, a maioria delas devido à
onda de calor. Os especialistas da WWA
analisaram os cinco dias consecutivos e as cinco noites mais quentes do
período “extremos de calor” que atingiu o sudoeste dos Estados Unidos,
México, Guatemala, Belize, El Salvador e Honduras, no final de maio e
início de junho.