OMS quer colocar vacinas em 142 países até fim de maio
Covid-19
1 de mar. de 2021, 18:56
— Lusa/AO Online
As
vacinas serão entregues a países que fazem parte do mecanismo COVAX,
uma iniciativa da OMS para garantir uma vacinação contra o novo
coronavírus que seja equitativa. Hoje o Gana e a Costa do Marfim foram
os primeiros países a começar a vacinar os profissionais de saúde com
doses fornecidas através do COVAX.“Mais 11
milhões de doses serão entregues esta semana”, garantiu o responsável,
que falava numa conferência de imprensa ‘online’ a partir de Genebra. Na
terça-feira, disse, a iniciativa COVAX publicará a primeira ronda de
atribuições das vacinas.“É encorajador ver
trabalhadores da saúde nos países de menor rendimento a começarem a ser
vacinados, mas é lamentável que isto aconteça quase três meses depois
de alguns dos países mais ricos terem iniciado as suas campanhas de
vacinação”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus na conferência de
imprensa.E é também lamentável,
acrescentou, que alguns países continuem a dar prioridade à vacinação de
adultos mais jovens, mais saudáveis e com menor risco de doença nas
suas próprias populações, à frente dos profissionais de saúde e das
pessoas mais idosas de outros países.O
responsável máximo da OMS avisou que os países não estão a competir na
luta contra a covid-19, porque se trata de uma “corrida comum”, e
acrescentou: “Não estamos a pedir aos países que ponham as suas próprias
populações em risco. Estamos a pedir a todos os países que façam parte
de um esforço global para reprimir o vírus em todo o mundo”.Tedros
Adhanom Ghebreyesus lembrou ainda o objetivo da OMS de começar a
vacinação em todos os países do mundo nos primeiros 100 dias do ano e
alertou que já só faltam 40 dias e que para concretizar o objetivo é
precisa “a cooperação de todos os parceiros”.O
diretor-geral salientou também que as vacinas não são suficientes para
manterem os países seguros e alertou que na última semana o número de
casos de covid-19 aumentou no mundo pela primeira vez em sete semanas,
na Europa mas também do Sudeste Asiático, no Mediterrâneo Oriental e nas
Américas.O aumento de casos, afirmou, é
dececionante, mas não surpreendente, sendo que em alguns países se deveu
ao relaxamento de medidas de saúde pública e mais circulação de
pessoas, a par da circulação de variantes do vírus.Numa
conferência de imprensa em que se falou essencialmente sobre as vacinas
os responsáveis da OMS presentes disseram haver “dados encorajadores”
de redução de infeções nos profissionais de saúde que já foram vacinados
e explicaram que foram questões logísticas e de documentação que
levaram a que fosse o Gana e a Costa do Marfim os primeiros países a
receberem as primeiras vacinas COVAX.Questionado
pelos jornalistas, Michael Ryan, diretor executivo do Programa de
Emergências em Saúde da OMS, avisou que é prematuro e “não realista”
pensar-se que a pandemia de covid-19 termine até ao fim de 2021, mas
disse que pode ser possível reduzir as hospitalizações e as transmissões
e impedir que surjam novas variantes do vírus. “Se controlarmos a
transmissão controlamos a pandemia”, disse.Soumya
Swaminathan, cientista chefe da OMS, acrescentou: “não podemos
erradicar o vírus até ao final do ano, mas podemos reduzir as
hospitalizações e a severidade da doença”.