OMS lança plano estratégico global para combater a dengue e outras arbovirais
3 de out. de 2024, 12:56
— Lusa/AO Online
O Plano
Estratégico Global de Preparação, Prontidão e Resposta (SPRP) define
ações prioritárias para controlar a transmissão e oferece recomendações
aos países afetados em vários setores, incluindo a vigilância da doença,
as atividades laboratoriais, o controlo dos vetores, o envolvimento da
comunidade, a gestão clínica e a investigação e desenvolvimento, através
de uma abordagem regional e de toda a sociedade. As
doenças a combater são a dengue, mas também outros arbovírus
transmitidos pelo Aedes, como o zika e o chikungunya, de acordo com um
comunicado da OMS, sedeada em Genebra, na Suíça.A
OMS estima que quatro mil milhões de pessoas estejam em risco de
infeção por arbovírus em todo o mundo e que este número aumente para
cinco mil milhões, até 2050. O número de
casos tem duplicado anualmente desde 2021, com mais de 12,3 milhões de
casos até ao final de agosto deste ano - quase o dobro dos 6,5 milhões
de casos notificados em todo o ano de 2023. A
dengue é uma doença endémica em climas tropicais e subtropicais,
particularmente no sudeste asiático, no Pacífico ocidental e no
continente americano. Mas a situação é
igualmente preocupante em África, onde os países estão a lutar contra
várias doenças no meio de conflitos e catástrofes naturais, colocando
uma pressão adicional sobre os já frágeis sistemas de saúde. Em
dezembro de 2023, a OMS classificou o atual surto global de dengue em
2023 como grau 3, o nível mais elevado de emergência para a OMS, e que
pressupõe o apoio aos países para reforçarem as suas capacidades de
vigilância e a concretização de atividades de resposta.“A
rápida propagação da dengue e de outras doenças arbovirais nos últimos
anos é uma tendência alarmante que exige uma resposta coordenada em
todos os setores e além-fronteiras”, afirmou o diretor-geral da OMS,
Tedros Adhanom Ghebreyesus.E acrescentou:
“Desde a manutenção de ambientes limpos até ao apoio ao controlo dos
vetores e à procura e prestação de cuidados médicos atempados, todos têm
um papel a desempenhar na luta contra a dengue. Este plano é um roteiro
para virar a maré contra esta doença e outras arbovirais transmitidas
pelo Aedes, proteger as populações vulneráveis e abrir caminho para um
futuro mais saudável”.