OMS lamenta que barreira do meio milhão de infetados tenha sido ultrapassada
Covid-19
27 de mar. de 2020, 19:43
— Lusa/AO Online
Em conferência de imprensa a partir da sede da
OMS, em Genebra, transmitida 'online', Tedros Adhanom Ghebreyesus,
alertou para os "números trágicos", que indicam que já morreram mais de
20 mil pessoas.Por outro lado, o responsável disse que já recuperaram da doença mais de 100 mil pessoas.Afirmando
que já falou com os líderes dos países mais desenvolvidos do mundo
(G20), no sentido de ajudarem na luta contra a doença, que só pode ser
vencida com a solidariedade e cooperação de todos, Ghebreyesus reiterou a
necessidade de isolamento dos doentes e de afastamento social e alertou
para o uso de medicamentos para combater a doença não apropriados."Temos que seguir as provas e não ir por atalhos", alertou.No
contacto com os líderes do G20, na quinta-feira, o responsável da OMS
apelou para a luta para conter o vírus através de todos os meios
disponíveis e de forma unida, uma luta da humanidade contra um inimigo
comum, explicou na conferência de imprensa, acrescentando que nenhum
país pode lutar contra o vírus sozinho.Aos países pediu também empenho na produção e distribuição de meios de proteção necessários “para salvar vidas”.Tedros
Adhanom Ghebreyesus disse que hoje mesmo se reuniu (‘online’) com
ministros da Saúde de vários países, entre eles a China, o Japão, a
Coreia do Sul ou Singapura, e além de reafirmada a necessidade de isolar
os casos confirmados, ou identificar e colocar de quarentena os seus
contactos, falou-se da escassez de meios de proteção para os
profissionais de saúde.A falta de
equipamentos, alertou, é uma ameaça para a luta contra a doença. “Quando
os profissionais de saúde estão em risco todos nós estamos em risco”,
advertiu, acrescentando que os trabalhadores da saúde nos países menos
desenvolvidos merecem a mesma proteção que os dos países mais ricos.“Este
problema só se resolve com a cooperação internacional e a solidariedade
internacional”, disse, explicando que a OMS enviou quase dois milhões
de equipamentos de proteção para 74 países e que vai enviar idênticas
quantidades para outros 60 países.Ao mesmo
tempo que pedia união de esforços para responder à “necessidade
urgente” de encontrar um medicamento eficaz, porque uma vacina só dentro
de um ano a ano e meio, estimou, alertou para o incorreto uso de
medicamentos, na luta contra a doença, que ainda não deram provas de
funcionar.O responsável congratulou-se
ainda com a iniciativa da Noruega e de Espanha de ensaios com quatro
drogas diferentes ou combinação de drogas, um estudo conjunto que
envolve 45 países.E pedindo para que não
se estigmatize os países com maiores taxas de infeção, Tedros Adhanom
Ghebreyesus deixou uma mensagem: “Precisamos de estar calmos, unidos e
trabalhar em conjunto”.Na conferência de
imprensa falaram também o diretor executivo para as emergências
sanitárias, Mike Ryan, e Maria Van Kerkhove, da unidade de doenças
emergentes.Ambos reafirmaram a necessidade
de distanciamento social para combater a pandemia, com o primeiro a
admitir que não se sabe quanto tempo esta poderá durar, porque tem
evoluções diferentes nos vários países, e alertaram que a doença afeta
muitas pessoas de forma grave e que “não é uma constipação”.Maria
Van Kerkhove assinalou que já há casos de crianças que morreram devido à
covid-19 e salientou que os jovens “não são invencíveis”, e que mesmo
que tenham covid-19 de forma leve podem sempre transmiti-la a outras
pessoas, que podem morrer por isso.