OMS diz que situação da pandemia em Portugal prova a eficácia das vacinas
28 de out. de 2021, 19:05
— Lusa/AO online
“Portugal
tem uma cobertura de vacinação muito elevada e o número de casos é
muito mais baixo do que já foi ao longo desta pandemia. A taxa de
mortalidade é também muito baixa, apesar de cada uma destas mortes ser
trágica”, adiantou a responsável técnica da Organização Mundial da Saúde
(OMS) para a pandemia.Em
conferência de imprensa, Maria Van Kerkhove salientou que o objetivo
principal das vacinas contra o vírus SARS-CoV-2 é prevenir casos graves
de covid-19 e mortes, o que está a acontecer em países que registam
altas taxas de vacinação.“As
vacinas contra a covid-19 que estão a ser utilizadas são incrivelmente
eficazes a prevenir hospitalizações e a necessidade de as pessoas terem
de ir para unidades de cuidados intensivos e morrer. O que vemos em
Portugal, assim como em muitos países, é isso a acontecer. Os dados
suportam isso. São boas notícias”, afirmou a epidemiologista.Apesar
disso, Maria Van Kerkhove alertou que as “vacinas, por si só, não são
suficientes para acabar a pandemia”, reiterando que a OMS continua a
“aconselhar fortemente” a adoção de outras medidas, como o
distanciamento, o uso de máscara e a ventilação de espaços interiores,
como forma de evitar a disseminação de infeções.“Temos
várias ferramentas que estão disponíveis atualmente, que podem, não
apenas salvar vidas, mas também reduzir a transmissão” do vírus,
assegurou a responsável técnica da OMS, que admitiu que o número de
infeções aumente na Europa com a chegada do inverno.“A
Europa tem visto um crescimento de casos nas últimas cinco semanas e um
aumento de mortes nas últimas seis semanas”, disse Maria Van Kerkhove.A
ministra da Saúde alertou hoje para “um agravamento” da situação
epidemiológica da pandemia de covid-19 na última semana, avançando que
este cenário “era de alguma forma esperado” e acompanha a situação
europeia.“A
situação epidemiológica no país ao longo da última semana conheceu um
agravamento, este agravamento acompanha aquilo que é a situação
europeia”, afirmou Marta Temido, na conferência de imprensa realizada
após o Conselho de Ministros, onde foi decidido prolongar a situação de
alerta devido à pandemia de covid-19 até 30 de novembro.A
governante avançou também que as estimativas e as análises de modelação
epidemiológica realizadas pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor
Ricardo Jorge apontam para 1.300 casos confirmados no dia 07 de
novembro, caso se mantenha o atual risco de transmissão.A
ministra precisou que, na última semana, a incidência cumulativa a 14
dias situava-se nos 94 casos por 100 mil habitantes, apesar de ser “uma
incidência que está abaixo daquilo que é a média hoje registada nos
países da União Europeia, que é de 235 casos por 100 mil habitantes”.Segundo
Marta Temido, esta incidência tem vindo a aumentar “em linha com o
risco de transmissão efetivo que está acima de um há 16 dias e que situa
agora em 1,08”.A
covid-19 provocou pelo menos 4.969.926 mortes em todo o mundo, entre
mais de 244,94 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o
início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência
France-Presse.Em
Portugal, desde março de 2020, morreram 18.149 pessoas e foram
contabilizados 1.088.133 casos de infeção, segundo dados da
Direção-Geral da Saúde.A
doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado
no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com
variantes identificadas em vários países.