OMS desvaloriza informações sobre nova estirpe de vírus de gripe suína
2 de jul. de 2020, 08:38
— Lusa/AO Online
Um
estudo divulgado na segunda-feira indicava a possibilidade de uma nova
pandemia a partir de uma estirpe do vírus da gripe suína descoberto na
China, mas especialistas da OMS relativizaram a situação durante uma
conferência de imprensa ‘online’, a partir da sede da organização em
Genebra, sobre a covid-19, a pandemia que já infetou mais de 10 milhões
de pessoas em todo o mundo. A China também já o tinha feito.Questionados
pelos jornalistas, quer Mike Ryan, do programa de emergências em saúde
da OMS, quer Maria Van Kerkhove, epidemiologista e diretora técnica para
a covid-19 na organização, disseram que o vírus, como outros, está em
vigilância há quase uma década.O estudo
sobre o vírus relata a evolução deste e demonstra a importância da
vigilância, disse Mike Ryan, acrescentando que o mesmo vírus já tinha
sido relatado noutros estudos, palavras que foram corroboradas por Maria
Van Kerkhove.Mike Ryan aproveitou para
dizer que o trabalho de vigilância de vírus que a OMS faz pode ter “um
retrocesso” por falta de financiamento.Os
dois especialistas alertaram também para o aumento de infeções em países
que começaram o desconfinamento e para a facilidade de propagação da
covid-19 em bares e discotecas. “As pessoas precisam de analisar o seu
próprio risco e tomar as medidas adequadas”, disse Mike Ryan.Na
conferência de imprensa de hoje, diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom
Ghebreyesus, alertou ainda que 60% de todos os casos de covid-19 foram
reportados no último mês, acrescentando que não se pode “descansar” e
que mesmo os países com mais casos podem reverter a situação, dando o
exemplo de Espanha e Itália, que em março tinham por dia 10.000 e 6.500
casos diários, respetivamente, e que conseguiram controlar a epidemia.Ahmed
Al-Mandhari, diretor regional da OMS para a região do mediterrâneo
oriental, que também participou na conferência, disse que na região há
um milhão de infeções e que os países mais afetados são o Irão, Arábia
Saudita e Paquistão, havendo também aumentos recente de casos no Iraque,
Líbia, Marrocos, Palestina e Omã.