OMS considera pandemia "a maior crise sanitária global do nosso tempo”
Covid-19
16 de mar. de 2020, 19:50
— Lusa/AO Online
Em
conferência de imprensa em Genebra, o diretor-geral da OMS indicou que
há agora "mais casos e mortes no resto do mundo do que na China". “Não
se consegue combater um incêndio com uma venda nos olhos e não
conseguiremos travar esta pandemia se não soubermos quem está infetado”,
afirmou Tedros Ghebreyesus, reforçando que a mensagem da OMS a todos os
países é simples: “Testar, testar, testar”. O
diretor daquela agência das Nações Unidas notou que houve “um rápido
aumento das medidas de distanciamento social, tais como o fecho de
escolas e o cancelamento de provas desportivas e outras concentrações de
pessoas”.Contudo, ainda não se viu
“progresso suficiente nos testes, identificação de contactos e
isolamento”, que são “o eixo da resposta” à pandemia.Ghebreyesus
salientou que numa semana se assistiu “a um rápido aumento dos casos de
Covid-19” e que o distanciamento social e outras medidas para evitar
contactos entre pessoas são úteis, mas a prioridade deve ser testar cada
caso suspeito.As pessoas infetadas podem
continuar a contagiar outras mesmo depois de recuperarem, por isso devem
continuar em isolamento pelo menos duas semanas após deixarem de ter
sintomas, afirmou, referindo-se especialmente aos casos que estão nas
suas casas a recuperar da doença.Nesses
casos, indicou ainda, os cuidadores devem ser pessoas que não estejam
incluídas nos grupos de risco, como idosos ou pessoas com doenças que
possam agravar-se com a Covid-19.Tanto
cuidadores como doentes devem usar máscaras de proteção quando estejam
na mesma divisão e a pessoa doente deve usar um quarto e casa de banho
separados.Nos países em que os serviços de
saúde que não têm capacidade de resposta para atender a todos os casos,
a prioridade deve ser “os doentes mais idosos e os que já tinham
problemas de saúde anteriores”, recomendou.O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.850 morreram.Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.O
surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 140
países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a
declarar uma situação de pandemia.Depois
da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se o
epicentro da pandemia, com mais de 55 mil infetados e pelo menos 2.684
mortos.A Itália com 2.158 mortos (em
27.980 casos), a Espanha com 297 mortos (8.794 casos) e a França com 127
mortos (5.423 casos) são os países mais afetados na Europa.Face
ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais,
incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.Portugal registou hoje a primeira morte, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido.Trata-se
de um homem de 80 anos, com "várias patologias associadas" que estava
internado há vários dias no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, disse a
ministra, que transmitiu as condolências à família e amigos. Há 331 pessoas infetadas até hoje, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).Dos
casos confirmados, 192 estão a recuperar em casa e 139 estão
internados, 18 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).O boletim da DGS assinala 2.908 casos suspeitos até hoje, dos quais 374 aguardavam resultado laboratorial.Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.De acordo com o boletim, há 4.592 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.Atualmente, há 18 cadeias de transmissão ativas em Portugal, mais quatro do que no domingo.