OMS alerta para o colapso dos sistemas de saúde do Líbano e Afeganistão
23 de set. de 2021, 11:51
— Lusa/AO Online
O Líbano,
que tem uma população de 6,8 milhões de habitantes (cerca de 900.000 dos
quais são refugiados), viu cerca de 1.500 enfermeiros sair do país
durante o último ano de crise, o que representa entre 15% a 17% dos que
estavam registados no setor, além de cerca de 2.000 médicos, ou seja,
cerca de 40% do total.No Afeganistão, o
sistema de saúde está lentamente a entrar em colapso, o que se reflete
num rápido aumento de casos de sarampo e má nutrição em toda a população
infantil, alertou Tedros Ghebreyesus.As
crises nos dois países têm origem muito distintas, mas a sua gravidade é
comparável, com a fuga de trabalhadores da área de saúde e uma grande
falta de mantimentos médicos para cuidar dos pacientes, segundo
comprovou esta semana o líder da OMS numa missão aos dois países.A
grave situação política e económica que o Líbano atravessa foi
exacerbada há um ano pela explosão no porto de Beirute, que aprofundou a
crise económica ao destruir uma infraestrutura vital para a atividade
comercial do país, e a pandemia foi o golpe final, lembrou.Os hospitais “carecem de equipamento, de combustível e de eletricidade”, vincou Tedros Ghebreyesus.No Afeganistão, o diretor-geral da OMS encontrou-se com responsáveis do Governo talibã, incluindo o primeiro-ministro.“Manter
um diálogo com os líderes talibãs é essencial se queremos apoiar o povo
do Afeganistão”, explicou em conferência de imprensa, no regresso a
Genebra.Além do sarampo e da má nutrição, a
OMS considera que o “ressurgimento da poliomielite é o maior risco”
naquele país, ao mesmo tempo que revelou que há 2,1 milhões de doses de
vacinas contra a covid-19 no Afeganistão que não podem ser utilizadas
devido à situação calamitosa do sistema de saúde.