Ómicron tem risco muito elevado e exige medidas “fortes e urgentes”
Covid-19
15 de dez. de 2021, 16:40
— Lusa/AO Online
Numa
avaliação de risco atualizada publicada, o ECDC aponta que a
Ómicron deverá suceder à Delta como a variante dominante na União
Europeia (UE) já no início de 2022, até porque já se assiste a
transmissão comunitária dentro da Europa, e sublinha que os dados
preliminares disponíveis não descartam “uma redução significativa da
eficácia das vacinas” contra esta estirpe.Desse
modo, e porque os países da UE ainda enfrentam o impacto severo da vaga
da variante Delta, “um novo aumento das hospitalizações poderá
rapidamente sobrecarregar os sistemas de saúde”, pelo que o ECDC
considera que o risco do impacto da sua propagação é “muito elevado”.“Com
base nas provas limitadas atualmente disponíveis, e dado o elevado
nível de incerteza, o nível global de risco para a saúde pública
associado à emergência e propagação da variante Ómicron é avaliado como
muito elevado”, assume então o centro europeu, que recomenda uma “ação
urgente e forte” para reduzir a transmissão do vírus, “a fim de aliviar a
já pesada carga sobre os sistemas de saúde e proteger os mais
vulneráveis nos próximos meses”.Segundo o
ECDC, é necessária “uma rápida reintrodução e reforço das intervenções
não-farmacêuticas” para reduzir a transmissão da variante Delta em curso
e retardar a propagação da variante Ómicron, mantendo sob controlo a
carga sobre os cuidados de saúde.O centro
europeu recomenda designadamente que sejam tomadas medidas para evitar
grandes reuniões públicas ou privadas, encorajar a utilização de
máscaras faciais, reduzir os contactos entre grupos de indivíduos em
ambientes sociais ou de trabalho, privilegiar o teletrabalho, testes
alargados e forte rastreio de contactos. De
acordo com o ECDC, as autoridades devem aconselhar cuidados adicionais
durante as viagens e nas reuniões familiares (com ‘mistura
intergeracional’) durante a época natalícia e de festas de fim de ano. O
ECDC defende também que, embora a proporção de casos da variante
Ómicron ainda permaneça baixa, “deve ser dada prioridade ao rastreio de
contactos para casos prováveis ou confirmados de infeção” por esta nova
variante, “independentemente do estado de vacinação, de forma atempada e
tão completa quanto possível”.Embora
subsistam então dúvidas quanto à eficácia das atuais vacinas face à nova
variante, o ECDC insiste que “deverão continuar a ser envidados
esforços para aumentar a vacinação dos indivíduos que atualmente não
estão vacinados ou que estão apenas parcialmente vacinados”.“As
doses de reforço aumentarão a proteção contra efeitos graves da
variante Delta, e as avaliações preliminares também sugerem que os
reforços poderiam aumentar a proteção contra a Ómicron”, argumenta o
centro europeu.